Ação popular quer que ministro devolva dinheiro gasto com jatinhos da FAB para viagens particulares

Uma ação popular ajuizada na 1ª Vara Federal de Curitiba pede que o ministro da Saúde, Ricardo Barros, devolva aos cofres públicos cerca de R$ 160 mil por ter utilizado aeronaves da Força Aérea Brasileira para realizar viagens com fins particulares.

O juiz Friedmann Anderson Wendpap determinou a citação do ministro e da Advocacia Geral da União e solicitou à FAB que preste informações sobre a todas as vezes que ele solicitou disponibilização de aeronave para deslocamento, com indicação da origem e destino e o custo da operação. A FAB tem 60 dias para fornecer todas as informações. O uso de aviões oficiais para fins pessoais já foi noticiado por vários veículos de comunicação nos últimos meses, e incluem outros ministros.
A ação popular, de autoria de Cleunice P. Padilha, relaciona pelo menos oito viagens consideradas irregulares feitas pelo ministro e que caracterizariam improbidade administrativa. A ação foi ajuizada na sexta-feira, 15, e o juiz assinou o despacho na última terça-feira. O juiz federal negou pedido de liminar que buscava proibir Ricardo Barros de continuar usando aeronaves da FAB até que os fatos fossem elucidados.
O advogado da autora da ação, William David Singer Faintych, de Curitiba, relaciona somente viagens realizadas este ano, e, com base na agenda oficial do ministro, afirma que “é possível verificar que algumas destas viagens foram realizadas com objetivo pessoal/particular, ou seja, não tiveram qualquer vínculo com a atuação profissional do réu Ricardo Barros”. São relacionadas oito viagens feitas em janeiro, fevereiro, abril, junho, agosto e novembro, inclusive a de Santo Angelo (RS) para Maringá, onde mantém residência permanente, no último dia 24, para participar de um jantar em homenagem ao ex-vice-prefeito Cláudio Ferdinandi, seu correligionário. Cada viagem teria custado entre R$ 20 mil e R$ 40 mil.
Algumas viagens com destino a Maringá não tiveram a ver com compromissos relacionados ao Ministério da Saúde; outras, igualmente, foram feitas a Londrina, Curitiba e São Paulo. “Diante de todas as explanações e documentos, está comprovado que existem fortes e graves indícios de que o réu Ricardo Barros é responsável por dano ao erário, em virtude de viagens pessoais através de aeronaves da Força Aérea Brasileira”, diz a ação.
Esta semana a Justiça Federal procedeu à citação eletrônica e expediu cartas ao ministro e ao comandante da Força Aérea Brasileira em Curitiba.

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