Gás de cozinha mais barato…SQN

Por Sandra Ruiz:

A queda de preços é algo que parece raro. Quando os meios de comunicação anunciam uma notícia assim, as pessoas, principalmente os consumidores imaginam que vão pagar mais barato pelo produto em questão. Mas não deve ser o caso do botijão de gás (GLP), que teve uma redução de 5%, anunciada pela Petrobras. Mas eu explico mais adiante porque a euforia pela baixa do valor do GLP durou pouco.

No ano passado, o gás de cozinha, o combustível mais utilizado nas casas de todo o Brasil, teve reajustes sucessivos que somaram quase 70%. Os valores foram revisados todos os meses pela estatal, que fazia o cálculo levando em consideração, entre outros pontos, a média mensal dos preços internacionais. Isso complicou bastante a composição do preço de venda ao consumidor porque os revendedores não conseguiram repassar todos os aumentos ao longo do ano, já que o preço final também é o resultado da concorrência livre de mercado. Então para se manter competitivo, muitos comerciantes optaram por sacrificar a margem de lucro para se manter no setor. Com essa situação, não conseguimos compor os custos e mensalmente nossos filiados foram se descapitalizando, já que as novas aquisições de gás já chegavam com valores reajustados.
Agora, a Petrobras anunciou novas regras e o preço só terá revisão a cada três meses. Isso, deve aliviar, pelo menos um pouco, os problemas que os revendedores vinham enfrentando, além do consumidor, que não terá uma nova “surpresa” a cada mês.
Bom, voltando ao assunto da redução do preço, lamento dizer que isso aconteceu apenas nas distribuidoras. Em caso de alta, seria um efeito dominó atingindo toda a cadeia do GLP até chegar aos consumidores. Mas, a queda nos preços não será repassado aos revendedores e muito menos às famílias brasileiras. A desculpa das distribuidoras é que não teriam repassado todo o aumento recebido da Petrobras no ano de 2017 e que não irão reduzir os valores, inclusive porque estariam “amargando” prejuízos.
Por isso, é importante ficar claro para toda a população, que nós, revendedores estávamos ansiosos em vender um produto mais barato, já que o gás de cozinha está entre as mercadorias de primeira necessidade consumidas pelas famílias brasileiras. Mas infelizmente não conseguiremos atender a expectativa dos consumidores, porque as distribuidoras“engoliram” a redução tão divulgada pela Petrobras.
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(*) Sandra Ruiz é presidente do Sinegás, entidade que representa os revendedores de gás de cozinha de 57% dos municípios paranaenses

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