Em busca de uma solução

Por Walter Praxedes:

As sociedades que consolidaram suas democracias no mundo contemporâneo construíram os grandes centros de produção do conhecimento que são as universidades.

Todas as sociedades têm problemas econômicos, sociais, políticos, ambientais e culturais e as universidades são chamadas a dar a sua contribuição para a resolução dos mesmos, através da elaboração de conhecimentos complexos, inovadores, reflexivos e críticos.
As ciências, a filosofia e as artes são formas de conhecimento imprescindíveis para a construção dos saberes que precisamos para viver dignamente.
Para a produção desse conhecimento é necessário a formação de pessoas dedicadas que tem à sua disposição os recursos e o tempo necessários para a sua realização.
A Universidade Estadual de Maringá tem a missão de atender a essas demandas na nossa região, o que vem conseguindo, já tendo formado muitas dezenas de milhares de profissionais, pesquisadores, educadores, e artistas em todas as áreas do conhecimento, e de forma conectada com os conhecimentos que são produzidos nas outras regiões do país e do mundo.
O impasse que está ocorrendo atualmente diz respeito a como a nossa Universidade deve ser construída e administrada:
A) Os próprios membros da UEM devem planejar, administrar e implementar o uso dos recursos que a sociedade lhes destina para a formação das novas gerações e a construção do conhecimento?
B) O Estado e a sociedade paranaense devem monitorar a Universidade para que não haja desvios de finalidades que impeçam o cumprimento de sua missão ou corrupção?
As duas alternativas devem ser combinadas em uma sintonia fina. Nem a Universidade deve perder a autonomia que é fundamental para atingir os seus objetivos, e nem é possível que a sociedade deixe de exercer um controle externo e exigir a prestação de contas quanto aos recursos utilizados e as atividades desenvolvidas no interior da Universidade.
A única forma de chegarmos a um pacto sobre a UEM que queremos construir e a uma solução para o atual impasse sobre o controle e gestão do orçamento universitário é um diálogo entre os representantes da sociedade, do Estado e da Universidade em que se consiga combinar de maneira ótima a necessidade de autonomia universitária com a obrigação de prestação de contas à sociedade.
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(*) Walter Praxedes é professor em Maringá

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