Venda ‘clandestina’ de latinhas de alumínio é pano de fundo para climão entre vereador e coletores

Um climão está criado entre servidores públicos municipais de Maringá que realizam a coleta do lixo na cidade e o vereador Homero Figueiredo Lima e Marchese. Tudo começou quando o vereador, que está sem partido, veiculou no final de janeiro um vídeo apontando que alguns garis retornavam da coleta com latinhas e faziam “venda clandestina de alumínio” na porta da Secretaria Municipal de Serviços Públicos. “O saco chega e vai direto para a caçamba do carro estacionado. Há mais fotos e videos”, alardeou, gerando revolta entre os servidores.
Num grupo de WhatsApp, um áudio de um servidor da Semusp, que se doeu pelos coletores, propondo uma paralisação na próxima sexta-feira, mostrou o grau de irritação dos garis com o vereador, que enfrenta Comissão Processante, suspensa diante de liminar do Tribunal de Justiça do Paraná. No Facebook, o servidor Marcos Lisboa publicou vídeo mostrando seu trabalho debaixo de chuva. “Não sou o ladrão de alumínio q o Sr mencionou. Sou simples … Porém honesto”, escreveu. Antes, havia publicado um recado ao vereador (abaixo), que teve mais de 76 mil visualizações.
O vereador, então, lançou um desafio, também nas redes sociais, aos “maus servidores da Semusp, provavelmente envolvidos no desvio de alumínio”: ele propôs que o secretário Vagner de Oliveira colocasse “fim às irregularidades na pasta” e em troca trabalharia “por uma semana de graça na coleta”. Colocou-se à disposição inclusive para acompanhar os servidores em uma noite de trabalho no carnaval, “sem qualquer contrapartida”. No ano passado, através de requerimento, o vereador já tinha questionado a prefeitura sobre a remuneração dos coletores.
Na última segunda-feira Lisboa colocou outro vídeo, desta vez cobrando a anunciada presença do vereador. “Cadê o sr., que prometeu vir e não cumpriu?”, pergunta. Ontem, acompanhado de assessores, o vereador esteve na Semusp e conversou com alguns funcionários da coleta. No mesmo dia, num grupo de mensagens, Homero Figueiredo Lima e Marchese, referindo-se a Marcos Lisboa, disse que “esse cara nem coleta lixo” e que “tá a mando do prefeito dizendo que quero cortar horas extras deles”. Lisboa atualmente trabalha na coleta noturna do lixo domiciliar urbano da Semusp.

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