Um traidor de Tiradentes?

Neste 21 de abril, data em se presta homenagem a Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, primeira tentativa de liberação do Brasil dos domínio da coração portuguesa, queremos nos referir ao traidor, nem sempre lembrado, Joaquim Silvério dos Reis, e como a lei de ação de reação nos afeta a todos (tudo que você faz, um dia volta). Reflitamos sobre este texto:

No ano de 1985, a nação brasileira passou por momentos de grande aflição e, até mesmo, de desespero.
A população, em sua grande maioria, orava conjuntamente para que a dor que lhes afligia fosse extinta. Nunca tantas pessoas se uniram, formando uma grande corrente de energia psíquica para que a doença inesperada não levasse à morte alguém que representava a esperança de um país. Tudo inútil. A “fé que remove montanhas” não foi capaz de retirar o cálice do resgate da boca de um querido irmão em expiação. Por que as preces e as correntes vibratórias do povo brasileiro e de outros paises não surtiram efeito? Qual o motivo espiritual da fatalidade que alcançou Tancredo Neves poucas horas antes da posse como Presidente do Brasil?
Se nos basearmos em conceitos dogmáticos das religiões tradicionais, de maneira nenhuma conseguiremos saber o porquê do intenso sofrimento sentido por Tancredo e pelo povo brasileiro. Mais uma vez foi dito que “não devemos discutir os desígnios divinos” e o mistério novamente surgiu, tentando responder o que não tem explicação sem o processo da Lei de Causa e Efeito.
Certamente muitas pessoas que oraram com fervor para a recuperação de Tancredo Neves lograram experimentar o desconsolo e a desesperança, assediadas pela decepção, diante do final dramático e acreditamos que, ainda hoje, muitos se lembram daquele episodio com muita tristeza e com muitas dúvidas.
Allan Kardec ensina: “A fé raciocinada, por se apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa… Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da humanidade”.
Perguntou o mestre lionês à Espiritualidade: “As vicissitudes da vida são sempre a punição das faltas atuais?”
Responderam os Espíritos: “Não; já dissemos: são provas impostas por Deus, ou que vós mesmos escolhestes como Espíritos, antes de encarnardes, para expiação das faltas cometidas em outra existência, porque jamais fica impune a infração das leis de Deus e, sobretudo, da lei de justiça. Se não foi punida nesta existência, sê-lo-á necessariamente noutra. Eis por que um, que vos parece justo, muitas vezes sofre. É a punição do seu passado”.
Utilizando-nos do raciocínio que o Consolador nos oferece, busquemos novamente “O Livro dos Espíritos” para o esclarecimento que se faz necessário para, baseados na razão, esclarecermos o assunto em tela.
O Codificador da Doutrina dos Espíritos questiona o mundo extracorpóreo: “Qual a conseqüência do arrependimento no estado espiritual?”. Esclarecem, então, os Mestres do Além: “Desejar o arrependido uma nova encarnação para se purificar. O Espírito compreende as imperfeições que o privam de ser feliz e por isso aspira a uma nova existência em que possa expiar suas faltas”.
Portanto, existia um determinismo providencial no sentido de o Espírito Tancredo Neves, poder resgatar dívidas intensas contraídas em vida passada. Os jornais, na época, noticiaram o depoimento de um dos componentes da equipe médica que cuidou do Presidente, que disse o seguinte:
“Aconteceram coisas muito raras com ele. Eu nunca vi leiomioma (tumor benigno) perfurar desse jeito. Sangramentos de sutura em geral ocorrem nos dois primeiros dias do pós-operatório e raramente no oitavo dia. Também nunca vi ocorrer infecção pelo actinomiceto como aconteceu com ele, porque o microorganismo é bastante raro. São coisas que nos deixam com uma sensação muito estranha. Fizemos tudo por Tancredo Neves, durante cerca de um mês nos dedicamos integralmente ao Presidente. Ele tinha à sua cabeceira os maiores especialistas, todos os recursos e equipamentos e toda a carga afetiva da equipe, que teve um grande envolvimento emocional com o tratamento. Fomos muito surpreendidos pelos fatos. Tudo foi feito e ele não respondeu a nada, nada deu certo. A sensação que fica é a de que havia, desde o primeiro dia, um caminho traçado que não pudemos mudar”. É importante frisar que a Espiritualidade já tinha, há oito meses antes da desencarnação de Tancredo, dado uma pista, a qual, por certo, esclarece a causa desse drama vivido pelo Presidente e por todos os brasileiros.
Em 9 de agosto de 1984, o médium Dictino Álvares, em São Paulo, recebeu psicograficamente a seguinte mensagem:

“Estamos compromissados em significativa tarefa neste país que tem a missão histórica de celeiro espiritual do terceiro milênio e os tempos se aproximam”.
“Equipes espirituais de escol canalizam vibrações e as borrifam na mente daqueles que têm a responsabilidade de dirigir esta terra predestinada”.
“Elo de fraternidade emana do mais alto, impulsionando um inconfidente à pátria do Evangelho”.
“Sentimos que os irmãos desejariam que fôssemos mais objetivos, mas todas as coisas têm uma razão de ser e nem tudo nos é permitido revelar”.

É indiscutível que Tancredo Neves estava profundamente vinculado à Inconfidência Mineira.

1. Tiradentes e Tancredo nasceram em São João Del Rei;
2. Morreram na mesma data (21 de abril);
3. Ambos órfãos de pai na infância:
4. Tancredo residiu em São João Del Rei na Rua Tiradentes n. 224;
5. E estátua de Tiradentes em São João Del Rei, resultou de iniciativa do então deputado estadual Tancredo Neves:
6. A expressão “Nova República”, lançada por Tancredo, foi usado por Tiradentes quando foi acareado com Alvarenga Peixoto, na Fortaleza da Ilha das Cobras;
7. Ambos deram suas próprias vidas pelo ideal de liberdade em nossa pátria: Tiradentes – mártir da Inconfidência, Tancredo – mártir da Nova República.

Por certo o Presidente foi a reencarnaçao de um personagem da Insurreição Mineira, que regressou à vida física com uma missão de resgate: lutar e dar a sua vida pela libertação de nosso país.
Assim como Tiradentes, ele não conseguiu ver a chama da liberdade acesa em solo brasileiro.
Joaquim José da Silva Xavier morre por enforcamento, tendo sido seu corpo esquartejado e expostos seus restos em vários lugares.
Tancredo de Almeida Neves sofre os cortes no abdômen, possibilitando o “esquartejamento” pelo retalhamento das vísceras em seis cirurgias e no embalsamamento, e o enforcamento progressivo pela traqueotomia e insuficiência respiratória. O corpo do Presidente é também exposto em vários lugares ao público.
Que debito teria o Espírito Tancredo contraído em vida pretérita, que justificasse tamanho sofrimento atual?
Teria sido esse Espírito, reencarnado na época da Inconfidência um obstáculo à concretização do movimento libertador de Tiradentes e demais conjurados?
Poderia esse Espírito ter sido responsável pela derrocada do movimento da Conjuração Mineira e pela posterior punição dos Inconfidentes?
Para livrar-se de dívidas com a Coroa Portuguesa, Joaquim Silvério dos Reis entregou seu amigo Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Foi assim que o líder dos inconfidentes foi enforcado e esquartejado. Valendo-se de uma espécie de delação premiada, além de ter suas dívidas perdoadas, o traidor de Tiradentes ganhou pensão vitalícia do governo português e foi até recebido por dom João VI.
Lembramos que o traidor Joaquim Silvério dos Reis denunciou Tiradentes e demais companheiros ao Visconde de Barbacena, governador da Capitania de Minas Gerais, na data de 15 de Março, sim, 15 de Março de 1789.
Em 15 de Março de 1985, Tancredo é submetido à intervenção cirúrgica de urgência, privando-o de tomar posse na Nova Republica. Sofreu as conseqüências do esforço, da dedicação e da estoica entrega de si mesmo aos superiores interesses do país, já que a doença o atacara muitos dias antes da data prevista para a posse e a cirurgia tinha sido postergada para depois do compromisso solene perante o Congresso Nacional.
Tancredo se sacrificou, deu a sua própria vida para que todos os brasileiros pudessem respirar novamente a atmosfera da liberdade em nossa pátria.
Que misterioso desígnio esse que o privou de tomar posse! Somente a doutrina da reencarnação pode explicar esse estranho destino de um homem que luta para levar seu povo à Terra Prometida da Paz e da Liberdade e não consegue penetrá-la.

Que enigmática fatalidade impedindo que um ideal de libertação seja acionado pelas próprias mãos de seu maior criador!
Tancredo de Almeida Neves (22 letras).
Joaquim Silvério dos Reis (22 letras).

Que o Divino Mestre ilumine esse Espírito que certamente de vida a dois personagens importantes da História do Brasil e conseguiu em sua última existência resgatar um pesado débito para com o nosso país.
Agradecemos a Jesus por estar nos iluminando, através da doutrina do “Consolador”, sepultando o milenar mistério e deixando cair todos os véus, principalmente o véu do dogmatismo, da ignorância e do preconceito.
A Doutrina Espírita tem um grande recado a dar ao mundo e todos nós que a abraçamos somos impelidos a levar por toda a parte a mensagem consoladora de Jesus.
Bezerra de Menezes, através da abençoada mediunidade de Divaldo Pereira Franco, no encerramento do Congresso Internacional de Espiritismo/1989, realizado em Brasília, disse:
“Tendes (os espíritas) o compromisso de acender, na escuridão que domina o mundo, as estrelas luminiferas do Evangelho de Jesus…
“… Jesus é o mesmo hoje como era há 2000 anos atrás. Restaurado na palavra consoladora da Doutrina Espírita, Ele nos conclama à união dos corações para a unificação do ideal da verdade”.
Que a Paz do Doce e Amorável Jesus penetre no Espírito Tancredo Neves e, também, alcance a todos os que vivem nesse país, destinado a ser o celeiro espiritual do 3º. Milênio. ( fonte Livro a Queda dos Véus)
Seria Tancredo Neves o Traidor de Tiradentes? Que o leitor reflita e tire suas conclusões.
Akino Maringá, colaborador

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