Uma visita para nunca esquecer

Nunca mais o ex-governador Beto Richa vai esquecer sua última passagem por Maringá. Ele estava aqui quando tornou-se pública a notícia de que seu governo favoreceu a Odebrecht para a duplicação da PR-323 (Maringá-Francisco Alves).

A pancada da revelação ainda dói. Ontem o juiz federal Sergio Moro determinou a abertura de inquérito pela Polícia Federal, tornando realidade uma possibilidade que circulou antes que Richa oficializasse sua saída do cargo, abrindo mão do foro privilegiado. O arrependimento deve doer muito.
Não adiantou Beto Richa ter sido recebido com honras de autoridade por ex-áulicos. Maktub, diriam. Maringá é a terra do homem que manda hoje no governo, mas também é a terra natal de Sergio Moro. Aliás, a Odebrecht da duplicação que não saiu do papel, e quase enrolou a reeleição de Richa, é a mesma da lista de beneficiados com recursos não contabilizados encontrada na casa de um diretor; nela, aparece Ricardo Barros, citado mais de uma vez ao lado do número 100 mil. Mas, ao contrário de Beto, Barros parece ter o corpo blindado.
Prenúncio do vendaval que viria pegou o ex-governador no estande de uma emissora de televisão, no parque de exposições, onde acontece a Expoingá. Ele ficou longos minutos sozinho numa mesa; ninguém quis papo com a ‘autoridade’. A tendência, daqui pra frente, então, não será muito diferente.

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