Operação da PF combate lavagem de dinheiro do tráfico de drogas

A Polícia Federal deflagrou hoje pela manhã a Operação Efeito Dominó, em mais um desdobramento dos trabalhos iniciados em 2017 e que resultaram na chamada Operação Spectrum.

Na ocasião a Polícia Federal desarticulou uma enorme estrutura estabelecida para o tráfico internacional de drogas e comandada por Luiz Carlos da Rocha, também conhecido como “Cabeça Branca”, reconhecido como um dos maiores traficantes de entorpecentes da América do Sul com conexões em dezenas de países.
Cerca de 90 policiais federais estão cumprindo 26 ordens judiciais, sendo 18 mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão preventiva e três mandados de prisão temporária nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e São Paulo.
Durante a investigação policial foi possível identificar uma complexa e organizada estrutura destinada à lavagem de recursos provenientes do tráfico internacional de entorpecentes.
As investigações demonstram robustos indícios acerca do modus operandi da organização criminosa, consistente na convergência de interesses das atividades ilícitas dos “clientes dos doleiros” investigados, pois de um lado havia a necessidade de disponibilidade de grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas e de outro, traficantes internacionais como Luiz Carlos da Rocha possuíam disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para efetuar as transações internacionais com fornecedores de cocaína.
Dentro das estruturas investigadas neste caso, verificou-se a atuação concreta e direta de 02 operadores financeiros (“doleiros”) já conhecidos de operações anteriores da Polícia Federal – Operação Farol da Colina (Caso Banestado) e Operação Lava Jato. Ambos foram alvos de tais investigações pelas práticas dos mesmos crimes ora investigados.
Quanto ao operador financeiro (“doleiro”) já investigado da Operação Lava Jato, chama atenção o fato de ter retornando às suas atividades ilegais mesmo tendo firmado acordo de colaboração premiada com a Procuradoria Geral da República e posteriormente homologado pelo Supremo Tribunal Federal. A Procuradoria Geral da República e Supremo Tribunal Federal serão comunicados sobre a prisão do réu colaborador para avaliação quanto a “quebra” do acordo firmado.
A ação desta fase tem, dentre outros, o objetivo de reunir informações complementares da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes.
A denominação “Efeito Dominó” é uma alusão ao fato de existir um efeito em cascata no tráfico internacional de entorpecentes pois, por se tratar de crime que visa lucro, o dinheiro ilícito amealhado, especialmente no vultoso volume identificado nesta operação, necessita de forte estrutura de lavagem de dinheiro, consistente na movimentação de recursos em espécie no país com a intervenção de operadores financeiros (“doleiros”).
A referência também se baseia na identificação dos procedimentos sobrepostos de lavagem de dinheiro identificados, sempre com o objetivo de ocultar a origem e o real beneficiário dos recursos provenientes do tráfico internacional de drogas.
Os presos serão conduzidos à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição da Justiça Federal. Será concedida entrevista coletiva às 10h no auditório da sede da Polícia Federal em Curitiba. (DPF)

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