Quadro Negro: Controle de ponto de “operadora” da Construtora Valor no governo desmente Cida Borghetti

De Euclides Lucas Garcia, na Gazeta do Povo:

A folha ponto da “operadora” da Valor Construtora dentro do governo do Paraná desmente a versão dada pela governadora Cida Borghetti (PP) para se defender de um suposto acerto de pagamento de mesada ao irmão dela por parte da empreiteira. Há duas semanas, ela havia dito que Marilane Fermino da Silva, apesar de estar nomeada na vice-governadoria em 2015, cumpria expediente na Casa Civil. No entanto, o registro de presença da servidora, ao qual a Gazeta do Povo teve acesso, aponta que ela de fato trabalhou no gabinete da vice, quando Cida ocupava o cargo.

Em recente depoimento prestado à Justiça Estadual, o principal delator da Operação Quadro Negro, Eduardo Lopes de Souza, voltou a citar repasses mensais de R$ 15 mil que fez a Juliano Borghetti, irmão da atual governadora. Ele disse ter sido procurado por Juliano no começo de 2015 com a proposta de que fizesse uma indicação para a vice-governadoria, então comandada por Cida. Em contrapartida, o dono da Valor pagaria uma mesada a Juliano, que não podia ser nomeado na estrutura do estado por ter se envolvido em uma briga de torcida, em 2013.
Segundo o empreiteiro, o acordo foi selado em uma reunião na sede do Partido Progressista, em Curitiba, com o próprio Juliano e também com o deputado federal Ricardo Barros (PP), marido de Cida. Para a vice-governadoria, Lopes de Souza indicou Marilane Fermino da Silva, que, de acordo com ele, já trabalhava na Secretaria da Educação e operava em favor da Valor.
Para nomear a indicada pelo empresário, em janeiro de 2015, Cida exonerou da função de gestão pública FG-1 – o cargo comissionado mais alto destinado exclusivamente a servidores de carreira – a atual comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Audilene Rosa de Paula Dias Rocha.
Ainda segundo Lopes de Souza, o acordo durou três meses e foram repassados R$ 45 mil a Juliano Borghetti. No depoimento, o delator disse que o dinheiro era entregue em espécie, diretamente ao irmão da governadora, na sede da construtora. Leia mais. (Foto José Fernando Ogura/ANPr)

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