Propina: empresa do Paraná é citada em denúncia de ex-diretor da Caixa

De Fabio Serapião, n´O Estado de S.Paulo:

O ex-superintendente de Fundos de Investimento Especiais da Caixa, Roberto Madoglio, confessou ter recebido propina para favorecer empresas do setor elétrico interessadas em obter aportes do fundo de investimento do FGTS.

Madoglio assinou acordo de delação dentro das operações Sépsis e “Cui Bono?”, que investigam desvios no banco estatal. Ele assumiu ter recebido propina do Grupo Rede, da J. Malucelli Energia, de Curitiba, e da Hidrotérmica. Juntas, as três empresas receberam R$ 1,2 bilhão do FI-FGTS, fundo formado com parte do dinheiro depositado na conta dos trabalhadores.
O ex-superintendente entregou cópias dos recibos de contas mantidas no exterior que foram usadas para receber propina. Madoglio se comprometeu a devolver R$ 39,2 milhões que recebeu de forma irregular na Suíça e no Uruguai. No caso dessas três empresas do setor elétrico, a propina teria somado R$ 10 milhões.
A Caixa, em nota, disse que os fatos da delação são alvo de apurações internas. A J. Malucelli Energia, em resposta à reportagem, informou que as declarações são levianas, sem conteúdo probatório e contraditórias com a regularidade e parâmetros técnicos atestados pelo próprio delator, que não sabe precisar nem onde nem quando a alegada conversa ocorreu, bem como não sabe precisar e nem comprovar se o valor foi pago. A empresa informa ainda que todas as cláusulas do contrato estão sendo cumpridas e todos os investimentos aprovados e auditados, conforme será comprovado junto às autoridades competentes para os fins legais e judiciais cabíveis (leia mais).

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