Sem partido, sem o p

Recentemente dois dos partidos mais encrencados como o maior escândalo de corrupção, descoberto pela operação Lava Jato, PP e PMDB, mudaram de nome, retirando o nome ‘partido’ e por consequência o ‘p’ de suas siglas.

O Partido Progressista (PP) passou a chamar-se Progressistas, e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) passou a ser apenas MDB, como era no regime militar, partido de oposição à Aliança Renovadora Nacional (Arena), o partido dos militares. O PP é originário da Arena e mantém em seus quadros um dos políticos mais emblemáticos, quando se fala em corrupção, Paulo Maluf, até hoje. Por que não seguiu o exemplo do PMDB e voltou às origens? Em tempos de pedidos de ‘intervenção militar’, talvez fosse mais lógico voltar a ser Arena.
Justiça seja feita, o MDB de hoje nada tem a ver com o MDB de Ulísses Guimarães, Franco Montoro, Mário Covas, Tancredo Neves, Teotônio Vilela, Pedro Simon, Leite Chaves, Alencar Furtado, Walber Guimarães, e o nosso atual candidato pelo Podemos, Álvaro Dias, só para citar alguns e certamente esqueci de outros grandes nomes que se destacaram na luta , política, com jeito, contra o regime militar.
Pessoalmente, gostaria de ver aprovada a possibilidade de candidaturas avulsas, sem partido. E o fim do logo de legenda. Partido, no Brasil, virou meio de vida. Precisamos acabar com o fundo partidário, assim como acabamos com a contribuição sindical. Quer formar um partido? Reúna filiados e que eles contribuam espontaneamente. É inadmissível que tenhamos tantas siglas. Com que ideologia? Dois do regime militar talvez seja pouco (direita e esquerda), talvez mais um de centro. Seis no no máximo. Dois de direita, dois de esquerda e dois de centro. Mais que isso é como uma igreja evangélica em cada esquina, ou um sindicato para cada nível de carreira.
É o que penso. Menos partidos, menos sindicatos, menos igrejas, menos estatais, menos cargos políticos e comissionados, menos municípios. Mais produtividade, mas participação de todos, mas união dos brasileiros para se ajudarem, sem a dependência de salvadores da pátria, gente com famílias de políticos que dizem que têm a missão de trabalhar pelo povo, como uma certa, aqui de Maringá, mesmo.
Akino Maringá, colaborador

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