Bilhões da saúde

Da coluna Brasil Confidencial, no site da revista IstoÉ:

Causou estranheza na Comissão de Orçamento a decisão do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), de avocar para o plenário do Senado um crédito suplementar de mais de R$ 1 bilhão de recursos para atender a emendas parlamentares na área da saúde.

Eunício puxou para si o “jumbo”, como são chamados esses créditos, no primeiro dia de abertura de emendas na Comissão de Orçamento. Como seção especializada em assuntos orçamentários, normalmente é a comissão que primeiro analisa tais créditos. Por isso, os líderes na Comissão de Orçamento não entenderam a atitude de Eunício. Desconfiam de alguma pressão política, dado o volume de recursos a ser liberado em emendas parlamentares.

Esquema – O “jumbo” tem relação com esquema que foi tema de reportagem de ISTOÉ na edição 2525. Quando era ministro da Saúde, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) editou a Portaria 3.992, que simplificou as regras de repasse de recursos do Fundo Nacional de Saúde para os fundos municipais. O dinheiro do crédito possibilitará o pagamento das emendas feitas.

Padrinhos – Os repasses engordam as contas das prefeituras, agradando aos prefeitos, principais cabos eleitorais em cada cidade dos deputados e senadores que tentam a reeleição. Feitas as emendas, os recursos do crédito garantem os repasses. E os parlamentares podem ir aos municípios em campanha dizer que são os padrinhos do dinheiro e do eventual benefício que ele traz.

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