Dedicação exclusiva, mas não muito

Do enviado especial, do blog do Zé Beto:

O final de semana foi animado entre os reitores das universidades estaduais. Tudo por conta de vetos ao projeto de lei que autoriza a incorporação da gratificação de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva, a famosa Tide, na aposentadoria de professores universitários.

A ideia original já parecia bizarra, uma vez que o cidadão continua a ganhar salário e o penduricalho depois de parar de trabalhar – talvez para que se dedique com exclusividade e em tempo integral ao “dolce far niente”. A justificativa da lei era de que a Justiça já reconhecia este direito em ações movidas por docentes. Mas só isso não era suficiente. O lobby dos reitores e sindicatos fez com que deputados apresentassem um substitutivo geral ao texto original.
Bingo! O projeto aprovado garantiu a aposentadoria vitaminada – e muito mais! Permitiu que mesmo aqueles que recebem a Tide (para não esquecer: Tempo Integral e Dedicação Exclusiva) possam receber outras gratificações por atividades como palestras, cursos e pesquisas realizadas pela instituição onde está lotado. Além disso, permitiria que o professor fosse nomeado para um cargo em comissão em outro órgão do Estado, mantendo o ganho por “dedicação exclusiva” no posto original. Esses e outros jabutis foram vetados pela Procuradoria Geral do Estado. A reação imediata foi liderada por um velho conhecido do corporativismo no serviço público. Trata-se do magnífico reitor da Universidade Estadual de Maringá, Mauro Baesso (foto), o mesmo que se recursou a aderir ao sistema Meta 4, programa que faz o controle dos salários de todos os servidores do Estado. A semana promete!

Advertisement
Advertisement