Os Barros em campanha na TV

A família Barros, onde há pelo menos três candidatos ao pleito de outubro, utilizou espaço hoje na TV Maringá (Band), dos Malucelli, no programa Pinga Fogo na TV, comandado por Juliano Pinga, sócio da governadora Cida Borghetti e do deputado federal Ricardo Barros (PP) na Rádio Nova Ingá.

Foi exibida ‘reportagem’ sobre o Hospital da Criança, parceria PP-PDT em ano eleitoral, creditado à filha do casal, a também política Maria Victoria Borghetti Barros. Apesar da tentativa de dar um tom governamental à matéria, nela apareceram pessoas que aparentemente nada têm a ver com a história, caso da matriarca dona Bárbara, do marido da deputada estadual e do ex-presidente municipal do PSDB, Wilson Matos. Dizem, há tempos, nos bastidores, que, ficando pronto o hospital, ele poderá ser utilizado pelo centro universitário que pertence ao tucano.
Se o hospital ficasse pronto hoje, porém, ninguém saberia sua forma de gestão, já que o governo do estado, que deveria investir na oncologia infantil do Hospital Universitário, não o faz, e o município, quase passando o limite de gastos com pessoal, não teria como tocar. Sabe-se, porém, que ali, ainda em fase de terraplenagem, iniciada na semana passada para poder fazer ‘reportagens’ para a mídia amiga, já engoliu cerca de R$ 80 milhões públicos, dinheiro vindo do Ministério da Saúde quando comandado pelo tesoureiro do PP. A ONG de Curitiba que recebeu a grana não deu satisfação alguma ao contribuinte, do bolso de quem saiu o dinheiro repassado pela prefeitura. Aliás, nem placa sobre a terraplenagem ou fases da construção tem ali; não se sabe quem a ONG escolheu para fazer a obra, sem a devida licitação pública.
O Hospital da Criança parece cada vez mais o Contorno Norte. Se um terço do dinheiro destinado a ele fosse aplicado no Hospital Universitário da UEM, Maringá e região não teriam os problemas que têm hoje na saúde pública.
Seu principal objetivo hoje é garantir a eleição da família. No caso da governadora, tirá-la do terceiro lugar que as pesquisas publicadas até agora lhe dão na região de Maringá, apesar de todo o esforço e gasto público desde que assumiu a cadeira de titular do Palácio Iguaçu, onde fez dobradinha com Beto Richa até abril.
PS – Apesar de o prefeito em exercício estar presente à ‘visita’ (a matéria foi gravada sábado, quando Ulisses Maia ainda estava fora do caro por causa das férias), Edson Scabora não foi citado na reportagem – só depois o apresentador fez o registro. Scabora é do PV, e, apesar dos elogios que costuma fazer à família Barros, está apoiando a candidatura do deputado estadual Ratinho Junior ao governo do estado. Ou seja, aparentemente tudo tem cunho político-eleitoral, o que é proibido pela legislação nesta fase do campeonato, mas a pergunta que fica é: qual político ou partido político de Maringá vai apontar a suposta irregularidade ao Ministério Público Eleitoral?

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