João Frey e os R$ 17,6 milhões do PP que ajudam a explicar o poder de articulação de Ricardo Barros

João Frey explica, na Gazeta do Povo, que o poder de Ricardo Barros deriva do dinheiro público, mais propriamente do dinheiro dos fundos partidário e eleitoral, que vem do bolso do contribuinte.

“Nenhum partido, candidato ou doador colocou tanto dinheiro nas eleições do Paraná como o Partido Progressista, da governadora Cida Borghetti e de seu marido, o deputado estadual Ricardo Barros. Ao todo, entre recursos dos fundos Partidário e Eleitoral, o PP já injetou R$ 17,6 milhões nas campanhas do estado. Quem levou a maior parte dos recursos foi Cida Borghetti, que recebeu R$ 6,9 milhões da legenda, 53% a mais que os R$ 4,5 milhões previstos inicialmente pelo partido. O tesoureiro nacional do PP é Ricardo Barros.
Dois aspectos sobre como esse dinheiro está sendo distribuído chamam a atenção. O primeiro diz respeito à prioridade aos Borghetti/Barros nas doações do partido. Cida lidera com folga o ranking nacional de beneficiários de doações do PP. Ela recebeu 4,1% do dinheiro distribuído pela legenda, quase o sobro dos 2,1% recebidos pelo diretório do PP no Piauí – o segundo colocado na lista de doações.
A prioridade não se restringe a Cida. O próprio Ricardo Barros, candidato a deputado federal, e Maria Victoria, filha do casal e candidata à reeleição na Assembleia Legislativa, não ficaram desapercebidos. Barros recebeu R$ 500 mil do diretório nacional e Maria Victória, R$ 650 mil. Os dois estão entre os dez candidatos do PP que mais receberam dinheiro da sigla no Paraná.
Outro ponto relevante é a forma como o PP distribui esses recursos a candidatos de outros partidos da coligação, o que pode ajudar a explicar o famoso poder de composição de alianças de Ricardo Barros. Do dinheiro do diretório nacional, R$ 1,5 milhão veio para o diretório estadual. Dali, os recursos foram para a conta da de campanha de 21 candidatos; 10 deles do PP e 11 de outros partidos, todos integrantes da coligação que tem Cida Borghetti como candidata ao governo.
Com a proibição da doação de empresas, o dinheiro dos fundos públicos geridos pelos partidos políticos ficou mais disputado pelos candidatos. Com isso, ter o poder de controlar a distribuição desses recursos virou um ativo fundamental na composição de alianças eleitorais. Tesoureiro do PP nacional e pai da presidente estadual da legenda, Ricardo Barros sabe bem disso”, diz a reportagem.

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