Há vereadores, deputados e senadores…

… que pedem que assessores devolvam parte dos salários? O caso envolvendo um motorista, assessor do deputado Flávio Bolsonaro, escancara uma suspeita, para muitos uma realidade, e que já deu até condenação para vereador, em Maringá, a de que muitos assessores são obrigados, ou melhor já são nomeados com o compromisso de devolverem parte dos salários.

Fala-se que isso ocorreria, também em relação outros comissionados, inclusive em cargos de mesa diretora. O vereador negociaria a indicação de um ou mais cargos (seu voto dependeria da promessa), e esse diretor, que recebe salários muito acima da sua capacidade, se trabalhasse na iniciativa privada, devolveria ao vereador parte.
Há quem diga que o vereador nem fica com o dinheiro, que este é usado para fazer campanha o tempo todo do mandato, inclusive pagando informalmente assessores (cabos eleitorais não nomeados). Suspeita-se até de casos de indicação cargo comissionado no executivo e o parlamentar ficaria com parte do salário.
Isso precisa acabar, se é que há. Como? Primeiro reduzindo drasticamente os valores pagos aos ditos assessores, muito acima da iniciativa privada. Segundo reduzindo o número de assessores por vereador, deputado e senador. E terceiro reduzindo o número de parlamentares. Sou da opinião que cortando dois terços de vereadores, deputados e senadores, não haveria prejuízo para a representação, muito pelo contrário.
A situação de Bolsonaro é complicada, mas a solução é vir a público, confessar, delatar e assim tentar acabar ou pelo menos diminuir a prática.
O fim do financiamento de campanhas por empresas foi um avanço. Quem sabe acabemos com o financiamento via salários de assessores.
PS: Numa Câmara da região, houve até quem se comprometesse a pagar empréstimo com nomeação para cargo comissionado. Assim, o vereador pedia R$ 20.000,00, emprestado e em troca nomeava quem emprestou em cargo comissionado, até pagar com o juros. Trabalhar, ir à câmara, não precisava. Isso eu sei porque foi oferecido para um amigo, que não mentiria. Mas já faz um tempinho. Essa câmara já teve 83 CCs fora os assessores de vereadores.
Akino Maringá, colaborador

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