Brumadinho/MG: uma reflexão mais do que necessária, urgentíssima

De João Luiz Regiani, em seu blog:

É impossível não sentir a dor que irradia neste momento de Brumadinho/MG para todo o Brasil.

A catástrofe humana verificada nesta cidade, que contabiliza neste momento 9 mortos e mais de 300 desaparecidos, equivale às dores de parto de uma nação em que os seus cidadãos ainda não aprenderam a colocar o país acima dos políticos, dos partidos, das ideologias, enfim de tudo.
Enquanto o povo brasileiro continuar participando da vida política do seu país como se torcesse para times de futebol, adotando bandidos de estimação e ideologias que relegam o interesse nacional e humano a plano inferior, em privilégio da busca por hegemonia no poder dos seus “preferidos, continuaremos sofrendo cotidianamente destas dores horríveis, na saúde, educação, segurança, maneio ambiente.
As vítimas de Mariana e de Brumadinho de certa forma são vítimas da falência política do país e do nosso comportamento político individual. A atual geração e a de políticos não podem se isentar da ‘mea-culpa’. Todos somos culpados (o que se denomina, pela técnica jurídica, de culpa concorrente), especialmente as velhas raposas políticas que teimamos em reeleger indefinidamente, as quais vai governo e vem governo estão encrostadas no poder de modo camaleão, ora apoiando ou liderando um lado, ora apoiando ou liderando outro lado, sempre na defesa de interesses próprios e de seus grupos, menos na defesa do único lado a ser defendido na política: a dos reais interesses do povo brasileiro.
Neste momento não se ouve a voz de nenhum destes políticos que se comprazem com holofotes para dizerem que trouxeram isto ou aquilo para o seu estado, região ou cidade. Se escondem para que o povo lhes esqueça, bem como esqueça o tempo (muitas vezes, décadas) que militam na política e que tais tipos de tragédias são as suas reais heranças para a presente e futuras gerações.
Em Maringá, por exemplo, temos um deles que é muito conhecido por se autopromover localmente como o suprassumo da política nacional. No entanto é um destes “exemplares”, de método político decadente que, felizmente, está com os dias da sua longa carreira contados.
Por tudo isso, refletir sobre Mariana, Brumadinho, assassinatos, tráfico de drogas , falta de segurança, dentre outros, com sentimento fraterno (procurando sentir ao menos um pouco as dores que o outro está experimentando) e político crítico, independente de ideologias ou partidarizações, talvez nos ajude, como cidadãos e irmãos daqueles que estão sofrendo as consequência destas catástrofes humanas e ambientais, a corrigir a rota, as visões e noções que temos do que é ser uma Pátria de verdade.

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