Gabinete hospitalar de Bolsonaro faz mal à saúde

De Josias de Souza:

No dia 28 de janeiro, uma segunda-feira, Jair Bolsonaro arrostou uma terceira cirurgia, no hospital Albert Eisntein, dessa vez para retirar a bolsa de colostomia. Foram sete horas na mesa de operação.

O operado mal fora recolhido à UTI e seu porta-voz, Otávio do Rêgo Barros, já anunciava: “O presidente vai passar 48 horas em descanso total. Então, na quarta-feira, em torno de 9h, 10h, ele retoma legalmente a função de presidente da nossa República”.
Dito e feito. Menos de 48 horas depois da cirurgia, Bolsonaro deu alta ao general Hamilton Mourão, seu substituto constitucional. E “reassumiu” o posto. As palavras do porta-voz sinalizavam que a presidência hospitalar seria uma experiência sui generis: “O presidente está preservado de falar porque, ao falar, há possibilidade de que gases…, de que ar entre na sua cavidade abdominal e isso vai provocar dores e vai dificultar a cicatrização, particularmente no que toca à cicatriz externa”.
No sábado, Bolsonaro sofreu uma parada intestinal. No domingo, teve febre. Exames de imagem revelaram “um acúmulo de líquido ao lado do intestino, na região da antiga bolsa de colostomia”. Em consequência, “foi submetido a punção para retirar esse líquido e permanece com dreno no local”. Foi para a unidade de “cuidados semi-intensivos”. E recebe dosagens regulares de antibióticos, para evitar uma infecção. São injetados junto com o soro.
A recuperação do presidente da República deveria ser levada mais a sério. Ninguém disse ainda, talvez por respeito ao drama do paciente, mas a Presidência cenográfica encenada no Albert Einstein faz mal à saúde de Bolsonaro. A primeira-dama Michelle deveria ordenar a imediata desmontagem do gabinete improvisado no hospital. Leia mais.

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