Laudo reprova teste de dengue do SUS adquirido por Ricardo Barros

Segundo reportagem de Lígia Formenti, do Estadão, os kits reprovados pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde fora, comprados pelo ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros, e podem dar falso negativo. Parte dos estados suspendeu uso até o fim de investigação.

O INCQS reprovou os testes rápidos para diagnóstico de dengue, zika e chikungunya que haviam sido comprados pelo Ministério da Saúde e estavam em uso nos Estados. Após queixas de Minas, São Paulo, Rio, Acre e Goiás, lotes foram enviados para análise. O resultado apontou baixa sensibilidade dos lotes, o que indica risco de o paciente com a doença ser considerado saudável.
O laudo do INCQS ficou pronto em dezembro e, a partir do resultado, o ministério determinou nova análise. Agora, o teste será feito com lotes distribuídos para todos os estados. Esse é um dos exames usados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A Bahiafarma, laboratório público produtor dos testes, foi notificado do resultado. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária também foi acionada e abriu investigação.
O ministério adquiriu em duas ocasiões testes de diagnóstico da Bahiafarma. O primeiro lote, de R$ 119 milhões, foi comprado em 2016, um ano após o grande surto de zika no País. A transação ocorreu a toque de caixa, sob o comando do então ministro da Saúde, o deputado Ricardo Barros (PP). Em 2017, foram adquiridos 6,5 milhões de testes, desta vez de dengue, zika e chikungunya, de cerca de R$ 162,5 milhões.
Testes do segundo contrato foram distribuídos para todo o país em 2018. Ao longo do ano, laboratórios de alguns Estados encaminharam laudos técnicos apontando inconsistência nos kits. A partir daí, foi pedida avaliação no INCQS. Queixas também foram feitas em reuniões de secretários estaduais e municipais com o ministério. Leia mais.
(Foto: Mônica Chagas/Tribuna de Cianorte)

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