Causadores de aflições

Acompanhando o noticiário sobre a situação na Venezuela e vendo o sofrimento a aflição do povo, em busca de receber ajuda humanitária, que Maduro recusa e usa de força para impedir a entrada no país.

Sabendo a situação de pobreza e miséria em regiões do Brasil e até em estados ricos com o Rio de Janeiro, em grande parte causada pela corrupção com mau uso dos recursos públicos, vale uma reflexão sobre causadores e causas das aflições. Há uma máxima: ‘Cada povo tem o governo que merece’. Seria verdadeira? Analisemos um texto, para concluirmos:
‘As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, tem duas origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; fora desta vida.Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são as consequências naturais do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento ou por terem limitado os seus desejos! (…) Quantas doenças e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda ordem!Quantos pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio.(…). Que todos os que têm o coração ferido pelas vicissitudes e as decepções da vida, interroguem friamente a própria consciência. Que remontem passo a passo à fonte dos males que os afligem, e verão se, na maioria das vezes, não podem dizer: “Se eu tivesse ou não tivesse feito tal coisa, não estaria nesta situação”.
A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homem é, assim, num grande número de casos o autor de seus próprios infortúnios. Mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria. Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida. O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual.
A lei humana alcança certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofreu a consequência do que praticou. Mas a lei não alcança nem pode alcançar a todas as faltas. Ela castiga especialmente as que causam prejuízos à sociedade, e não as que prejudicam apenas os que as cometem. Mas Deus vê o progresso de todas as criaturas. Eis por que não deixa impune nenhum desvio do caminho reto. Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua lei, que não tenha consequências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. Donde se segue que, nas pequenas como nas grandes coisas, o homem é sempre punido naquilo em que pecou. Os sofrimentos consequentes são então uma advertência de que ele andou mal. Dão-lhe as experiências e o fazem sentir, a diferença entre o bem e o mal, bem como a necessidade de se melhorar, para evitar no futuro o que já foi para ele uma causa de mágoas. Sem isso, ele não teria nenhum motivo para se emendar, e confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento, e portanto a sua felicidade futura’. Leia mais aqui.
Akino Maringá, colaborador

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