Madame Natasha

De Elio Gaspari, na Folha de S. Paulo:

Natasha concedeu uma bolsa de estudos ao ministro Sergio Moro pela nota que divulgou ao comunicar que revogou a nomeação (feita por ele) da pesquisadora Ilona Szabó para uma suplência do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

O doutor disse o seguinte:
“Diante da repercussão negativa em alguns segmentos, optou-se por revogar a nomeação, o que foi previamente comunicado à nomeada e a quem o ministério respeitosamente apresenta escusas”.
Natasha lamenta que Moro torture o idioma.
O “optou-se” esconde a autoria da opção, que foi dele. Poderia ter dito “optei”.
O ex-juiz de Curitiba curvou-se à “repercussão negativa em alguns segmentos”. Se repercussão negativa dobrasse suas convicções, teria mandado soltar boa parte das pessoas que condenou. Vá lá que o Moro de Brasília precisa ser outro, mas falar em “alguns segmentos” ofende a inteligência de quem lhe dá crédito. Há “segmentos” reclamando de qualquer coisa, até de vacinas. Moro sabe quais foram os “segmentos” que pressionaram Bolsonaro.
Finalmente, o ministro pediu “escusas” a Szabó. Natasha acredita que Moro deve aprender a usar a palavra “desculpas”.
Em 2016, quando ele divulgou uma conversa de Lula com Dilma Rousseff, grampeada fora do prazo da interceptação autorizado pela Justiça, pediu “respeitosas escusas” ao Supremo Tribunal Federal.

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