Mau cheiro, o desafio

Novas reclamações de forte mau cheiro em Maringá chegam de leitores do blog. Desta vez, atinge em especial a região do Maringá Velho e zonas 4 e 5.

O fato acontece logo depois de a Secretaria de Meio Ambiente e Bem Estar Animal ter divulgado que monitora 20 empresas potencialmente causadoras de odores desagradáveis na cidade. Informou que até o momento as autuações chegam a R$ 4,4 milhões em multas. A fiscalização já obteve resultados positivos: das 331 reclamações de mau cheiro em janeiro, o número caiu para 92 em março, e seriam menores ainda se não considerassem o derramamento de soja recente em linha férrea próxima à avenida Pedro Taques que concentrou queixas relacionadas a odor.
Mesmo com a redução das reclamações, avolumadas por irregularidades e intensificadas pelas condições climáticas de calor e fortes ventos nos meses de janeiro e fevereiro, a fiscalização e monitoramento da Sema prosseguem.
Em visita ao Instituto Ambiental do Paraná, o secretário de Meio Ambiente e Bem Estar Animal, Marco Antonio Lopes de Azevedo, propôs ações conjuntas com o órgão estadual. “Queremos resolver o problema, reduzir a burocracia e integrar as instituições ambientais. Uma operação conjunta vai agilizar e impedir idas e vindas de processos em vários órgãos”, enfatizou.
Após analisar uma a uma as reclamações, considerando horário, localidade e dia do odor, a Sema mapeou os registros a fim de facilitar a investigação e encontrar a origem do mau cheiro. Com a colaboração da Estação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), analisou velocidade e orientação do vento de acordo com boletins metereologicos, cruzando os dados com o horário de atividades de possíveis geradores de odor, como empresas de autofossas, coleta de resíduos, compostagem e abatedouros.
Chegou-se então a 20 empresas, as quais todas foram vistoriadas e abertos processos administrativos. Das atividades, um estabelecimento de compostagem na zona norte e um abatedouro de aves na nordeste foram identificados como as principais fontes de odor. O primeiro foi embargado por não cumprir requisitos na operação, como a existência de cortina vegetal, a qual cumpria parcialmente para impedir a difusão do odor da atividade, e a falta de controle de chorume espalhado em pátio da empresa.
Apesar de conseguir o desembargo na Justiça, parte da empresa de compostagem está impedida a receber os materiais orgânicos por não obter alvarás da prefeitura. A liberação está condicionada a diversos itens, entre eles, a vedação de barracão, apresentação de laudo de pluma (extensão) de odor e a regularização da cortina vegetal.
Já o abatedouro de aves foi obrigado a regularizar a retirada de material das lagoas de tratamento que recebiam efluentes do frigorífico, bem como área de descarte nas proximidades. De acordo com a licença ambiental obtida pelo IAP, o material orgânico deveria ser removido quinzenalmente e destinado, após esse período, em local apropriado. Ainda em desacordo e com prazo aberto de quatro meses de regularização, está o biofiltro de fabricação de material para ração. Obstruções e outros problemas no filtro, impediam o devido tratamento da queima de penas, visceras e demais orgânicos geradores de mau cheiro.

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