As revistas e os 100 dias

De Carlos José Marques, em “O presidente vai morrer pela boca”, na revista Istoé – Cem dias depois, parece uma eternidade. O Brasil, nesse acomodar de novo governo, vai vivendo de desatino em desatino, levado pela verve destrambelhada do presidente Bolsonaro.

O mandatário repete a via crucis de Jânio Quadros — que durou sete meses — com bizarrices em atos e palavras típicas de um menestrel de crises. Avacalha a verdade. Diverte-se em polemizar com retrocessos na área de costumes. Dá as costas para os reais e urgentes problemas da Nação (emprego, reativação da economia e quetais). Nesse pormenor, com um agravante: o quadro está piorando muito. E rapidamente. Leia mais.

De Monica de Bolle, em “Cem dias de aflição”, na revista Época – Esperança? Desespero? Raiva? Indignação? Orgulho? Agonia? Meu sentimento é a aflição nestes 100 dias transcorridos desde a posse de Bolsonaro. Aflição por um país que permanece sem rumo, por um país que se deixou levar pela fúria constante das redes, pelas brigas, pela incivilidade, pela barbárie. Aflição por um país que elegeu um presidente da República que nada conhece além do confronto, pouco importa quem seja o alvo: jornalistas, intelectuais, congressistas, gente comum. Leia mais.

De Roberta Paduan, Edoardo Ghirotto e Eduardo Gonçalves em “O governo ficou menor”, na revista Veja – Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro completa 100 dias à frente do governo. No jargão da política, esse período é chamado de “lua de mel”, fase em que os deslizes são perdoados e os defeitos relevados pela maior parte dos eleitores — que, afinal, elegeu o mandatário da vez. Apesar de Bolsonaro ter sido ungido pelas urnas com 58 milhões de votos, sua lua de mel foi muito mais curta que o normal. Entre janeiro e março, a parcela das brasileiros que avaliavam o governo como ótimo ou bom encolheu de 50% para 38%. A perda de apoio também se manifestou no aumento de eleitores que consideravam o governo regular e passaram a classificá-lo como ruim ou péssimo, fatia que subiu para 27%, 5 pontos porcentuais acima do dado de janeiro. No cômputo geral, estima-se que cerca de 15 milhões de pessoas que votaram em Bolsonaro deixaram de avaliar seu governo de maneira positiva, de acordo com a consultoria de pesquisa Ideia Big Data, que fez o estudo a pedido de VEJA. A maioria dos desiludidos está na classe média, fragilizada pela crise (veja o gráfico na página seguinte). Com esses números, o atual governo encerrou março com a menor popularidade em um primeiro mandato desde 1995. O Ibope registrou números semelhantes: queda de 15 pontos porcentuais entre os que avaliavam a atual gestão como ótima ou boa de janeiro a março, derrubando a popularidade de Bolsonaro para 34%. No primeiro mandato, Dilma Rousseff fechou o primeiro trimestre com 56% de aprovação; Lula obteve 51% e Fernando Henrique Cardoso, 41%. Leia mais.

Foto: Alan Santos/PR)
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