Duas da nova política

1 – Suponha que você se chama Jair Bolsonaro e preside um país chamado, digamos, Brasil. Você tomou posse há quatro meses. Embora você admita que não entende bulhufas de economia, já assimilou a avaliação de que a crise fiscal é feia. Porém, você ainda dispõe de três anos e oito meses para mudar o rumo das coisas.

Suponha que você está caminhando pelos jardins do Palácio da Alvorada e tropeça numa lâmpada mágica. De dentro da lâmpada sai um gênio. Ele diz que quer ajudar você a salvar o país. O gênio pergunta quais são suas quatro prioridades. Ele não costuma atender a mais de três pedidos por pessoa. Mas foi com a sua cara. E decidiu conceder-lhe um bônus. Você responde rapidamente: “Uma escola sem partido, sem filosofia e sem sociologia; uma publicidade estatal sem tatuagens, sem cabelos compridos e sem transexuais; um turismo sem o paraíso gayzista, aberto apenas a estrangeiros que prefiram fazer sexo com mulheres; e, por último, um vice-presidente sem língua. Leia mais em “Gênio da lâmpada de Bolsonaro se chama Olavo”, de Josias de Souza.

2 – O presidente Jair Bolsonaro publicou neste domingo, em suas redes sociais, um vídeo de uma aluna que confronta uma professora de gramática, alegando que a educadora gastou 25 minutos da aula para falar sobre política, com críticas ao governo e ao ideólogo de direita Olavo de Carvalho.
“Professor tem que ensinar e não doutrinar”, escreveu o presidente ao compartilhar o vídeo de um minuto e 54 segundos. No vídeo, a aluna questiona a professora, que afirma que Olavo de Carvalho é uma anta porque “mete o pau em tudo”. Carvalho tem sido uma figura influente no governo, sendo ouvido em decisões da atual gestão.
Para o professor Marco Antonio Villa, aluno filmar professor, o que considera ridículo, patético e ignorante, é típico da União Soviética ou da Alemanha nazista. “Independente do que a professora fala, a aluna critica, protesta, se for necessário, sai. Escola não é para não ter partido no sentido pedagógico, não no sentido fascista dos que querem sair do extremismo de esquerda para o de direita. Escola é livre, como sempre foi. Na escola, precisamos ter pessoas que consigam ler, escrever e saber fazer as quatro operações. O resto é enganação”.

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