‘Aposentadoria de ex-governadores’…

… legal, mas seria moral?

Continuando o debate sobre o pedido de aposentadoria (subsídio vitalício), a que tinha direito, até recentemente, toda pessoa que assumisse em caráter efetivo, ou seja, por renúncia, falecimento, cassação de mandato, de quem vinha exercendo o cargo, ainda que fosse por 1 dia, e este é o caso da ex-vice de Beto Richa, que exerceu efetivamente o cargo por 9 meses, vamos reproduzir comentário de leitor, feito nesta postagem.
Escreveu ele: ‘Akino, esse seu leitor “Maia” ou deve ser muito novo e daí não conhece ou não se recorda da história recente do Paraná, ou ainda não aprendeu que na vida nem tudo que é legal é moral. A aposentadoria de ex-governadores no PR por exemplo, pode até ser legal, e é mesmo, porque os deputados estaduais que a votaram para inseri-la no § 5º do artigo 85 na Constituição Estadual em 05.10.1989, quando a ALEP tinha por presidente Aninal Khoury, e o Estado era governado por Álvaro Dias, por óbvio que tinham lá seus interesses, digamos, “políticos”, na medida.Muitos daqueles deputados almejavam chegar ao Palácio do Iguaçu algum dia. Lembro aqui apenas alguns daqueles: Anibal Khoury, Orlando Pessuti, Rafael Grecca, dentre outros.Depois, em 2010, pelo Projeto de Lei (nº 498/2010, de 09.12.2010) de autoria do deputado Antonio Anibelli, a ALEP aprovou estender o benefício denominado de “subsídio mensal e vitalício” aos ex-governadores, agora sob o nome de “pensão” – também vitalícia – às viúvas de ex-governadores.É preciso nos situarmos no tempo da feitura da lei para entendermos a intenção do legislador de 2010. Por isso relembro ainda ao seu leitor, Akino, o momento político que o Paraná vivia no final do ano de 2010:– era dezembro/2010 e o Estado estava sendo governado pelo governador em exercício – por pouco mais de uma semana -, NELSON JUSTUS, então presidente da ALEP, porque o governador ORLANDO PESSUTI, que era vice-governador de Requião, e em abril de 2010 havia assumido o governo porque Requião renunciara para concorrer a uma vaga no Senado nas eleições daquele ano, desde o dia 03 de dezembro de 2010 Pessuti estava em viagem para a Itália, na cidade de Perugia, capital da Úmbria, onde ficaria por 11 (onze) dias.Entretanto, Akino, todos nós sabemos que do digno ponto de vista dos HOMENS E MULHERES DE BEM, tanto a aposentadoria de ex-governadores como a pensão às viúvas de ex-governadores de nosso Estado, são artifícios absolutamente imorais porque lançadas veladamente sob um texto legal que nada mais representa do que uma forma de corrupção branca, e toda corrupção é uma forma de deterioração do espírito de quem a pratica ou de quem a aceita passivamente.Aliás, neste ponto me vem à mente as palavras do apóstolo Paulo no Novo Testamento, na Primeira Carta aos Coríntios, em que, dentre outros, prega ele a orientação de Deus a todos os homens e mulheres deste planeta para o dever de correção e encorajamento para a edificação individual na luta contra as coisas ilícitas deste mundo. Diz ele:“Todas as coisas me são lícitas, mas nem tudo me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não deixarei dominar por nenhuma delas.” (1 Cor. cap. 6. vers. 12)Portanto, Akino, ao contrário do que diz seu leitor “Maia”, ninguém está colocando a ex-governadora ou qualquer ex-governador ou viúva desses em situação vexatória por pedir essa aposentadoria, mas o que se busca é que, não se deixando dominar pela pecaminosa avidez por benefício advindo de dinheiro público fácil, porém arduamente pago pelos contribuintes de bem do Estado, reconheçam esses ex-governadores e as viúvas que, mesmo sendo legal, essa aposentadoria é IMORAL, sobretudo quando se sabe que todos eles e elas, SEM EXCEÇÃO, gozam de excelente condição de vida e detêm patrimônio suficiente para viverem com dignidade e não precisarem de “benefícios” dessa natureza, contrariando assim tanto as leis divinas pelas quais todos seremos julgados um dia, como as boas regras de conduta perante aqueles que um dia governaram, o povo paranaense, bom e ordeiro.Abraços a você, Akino, e ao seu leitor “Maia”
PS: Agradecendo ao comentário do leitor, perfeitamente identificado, ao contrário do ‘Maia’, que não dever ser da família do prefeito Ulisses Maia, que não defenderia um absurdo desses, completo, reiterando o apelo para que a ex-governadora desista de receber esses R$ 30.000,00, mensais.
Akino Maringá, colaborador

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