“Não quero nem saber”

Por Paula Ferreira, na revista Época:

Com quase 600 mil habitantes, a cidade de Londrina, no Paraná, se tornou um polo do conservadorismo educacional no Brasil. Vive lá o primeiro gestor do Ministério da Educação do governo de Jair Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez.

Também na cidade paranaense, Carlos Nadalim, atual secretário de Alfabetização do MEC, coordenou a escola “Mundo do Balão Mágico”, onde adquiriu sua experiência com o método fônico, carro-chefe da política de letramento do ministério em oposição à pedagogia de Paulo Freire, conhecida internacionalmente. Depois de exportar nomes para compor a pasta nos últimos meses, Londrina foi uma das primeiras cidades a sediar, na última quinta-feira, uma reunião do grupo Docentes pela Liberdade, organização de professores conservadores de universidades públicas e privadas. Vélez, porém, não foi convidado.
O ex-ministro, que protagonizou uma das primeiras crises do novo governo, está fora dos holofotes desde que foi demitido do cargo, em abril — e, ao que parece, pretende continuar assim. A reportagem entrou em contato com Vélez para saber se o docente, um dos expoentes do conservadorismo no início do mandato de Bolsonaro, já participou de alguma atividade do DPL, mas, além de estar de fora do movimento, o ex-gestor não está interessado no que acontece na educação do país desde que foi retirado da pasta.
“Estou descansando, com o tempo (talvez). Agora, não”, disse, ao ser questionado se pretende voltar a trabalhar com educação, emendando sobre suas impressões a respeito do que tem ocorrido na pasta: ” Eu me desvinculei e não quero nem saber. Estou tão desvinculado que não sei de nada”. Leia mais.

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