Administrações do PP emprestaram mais de R$ 195 milhões, mas o Observatório Social não reclamou

O Observatório Social de Maringá voltou a criticar a administração municipal (por tabela, vereadores), e nova e aparentemente de forma equivocada.

Em entrevista a Luciana Peña, sábado, a presidente do OSM, Giuliana Lenza, manifestou preocupação com empréstimos feitos pelo município para obras de mobilidade urbana e saúde, no valor de R$ 42,2 milhões. A se acreditar que não há prevenção da entidade em relação à atual gestão, aponte-se que pelo menos dois aspectos não foram levados em consideração pela entidade.
Primeiro: um município só contrai empréstimos se atender todas as (muitas) exigências pelas pelas instituições financeiras, já que nenhuma delas concede crédito a quem não tiver condições de quitá-los.
Segundo: o valor solicitado para a realização de obras é bem menor que os empréstimos contraídos pelas três últimas administrações municipais, todas elas do PP de Ricardo Barros, raras vezes incomodadas pela OSM. Coloquem-se os valores à mesa e se verá que o dinheiro solicitado não chega aos 20% dos empréstimos contraídos pelas gestões anteriores (2005-2016). À época o OSM já existia, como Sociedade Eticamente Responsável.
As operações de crédito contratadas entre 2005 e 2008 (Agência de Fomento e Banco do Brasil) totalizaram R$ 16.776.339,31; atualizados pelo IGP-M, equivaleriam hoje a R$ 30.072.663,58. Silvio Barros II, na sua segunda gestão, contraiu empréstimos junto ao Banco do Brasil, Agência de Fomento, BID e Caixa Econômica Federal no valor de R$ 52.110.379; atualizados, significam R$ 75.956.776,29.
O também pepista Carlos Roberto Pupin, em quatro anos como prefeito, contratou empréstimos de R$ 79.819.633,76 na CEF e na Agência de Fomento; o valor atualizado seria hoje de R$ 89.623.647,90 – mais da metade do que o valor contra o qual o Observatório Social hoje se insurge. A correção dos valores, registr-se, foi feita por baixo, considerando-se o último mês das três gestões do PP, que contrataram os empréstimos porque o município de Maringá, financeiramente saudável, tinha (como tem) condições de assumí-los.
E olha que nem se discutiu a destinação dos mais de R$ 195 milhões emprestados pelos dois ex-prefeitos, como a ciclovia milionária da avenida Mandacaru e os dispensáveis terminais do transporte coletivo nas avenidas Morangueira e Kakogawa. O discurso parece ter mesmo fundo político, pois se alinha ao de críticos que, coincidentemente, são pré-candidatos em 2020. Afinal, se todos os prefeitos contraíram empréstimos – João Paulino, Said Ferreira e Ricardo Barros, por exemplo, tomaram emprestados centenas de milhões do governo federal -, por que o atual não pode?

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