Os tempos já foram melhores

Sergio Moro já esteve melhor na foto.

Depois de Leonardo Sakamoto (Moro “ainda vê a si mesmo como juiz, apesar de ter abandonado a toga quando aceitou trabalhar para Jair Bolsonaro”), de Maria Cristina Fernandes (“quando era juiz agia como político, agora político, quer ser juiz”), de Marco Antonio Villa (para quem o maringaense está diminuindo de tamanho, pois entrou no governo “um gigante, hoje o sr. é um anão”), Bernardo Mello Franco escreve hoje em O Globo que Moro quer acumular papéis de vítima, investigador e juiz.
“Amanhã completam-se 50 dias desde que o site Intercept Brasil divulgou os primeiros diálogos da Lava-Jato. De lá para cá, a Polícia Federal identificou e prendeu os responsáveis por interceptar conversas de agentes públicos. As instituições parecem estar funcionando na apuração dos vazamentos. Falta se interessarem pelo teor das mensagens. A facilidade com que hackers de Araraquara violaram segredos da República é tão espantosa que arrisca ofuscar o resto da história. Num resumo rápido, os chats revelaram que Sergio Moro acumulou os papéis de juiz e assistente de acusação nos processos de Curitiba”, lembra Mello Franco.
Para piorar, começam a pipocar dados do depoimento do hacker, que desmente informações divulgadas prematuramente pelo ministro, relacionadas a invasões de celulares de ministros, deputados e até do próprio presidente, o que passa a impressão de que ele quis faturar em cima de uma situação inexistente. Isso sem contar as veladas mensagens dirigidas ao jornalista Glenn Greenwald, e, no caso do presidente, nem tão veladas assim.

(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Advertisement
Advertisement