Dados do Censo Escolar são usados até para distribuição de vacinas

Os dados reunidos durante o Censo Escolar servem de base até para a distribuição de vacinas nos postos de saúde. A informação é da técnica do Departamento de Informações, Registro e Planejamento Escolar, da Secretaria de Estado da Educação, Márcia Aparecida Batista. Ao lado da colega de função, Marilei de Lima Rodel, ela abriu a programação do VI Seminário Regional da Educação da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense.

Com o tema “Gestão da Educação no Mundo Contemporâneo”, o evento foi realizado nesta terça-feira (27 de agosto), no Cine Teatro Municipal Sônia Maria Silvestre Lopes, em Marialva. Das 30 cidades da área de abrangência da Amusep, 29 enviaram representantes. Servidores das prefeituras de Cruzeiro do Sul, Farol e Iretama também estiveram presentes. O público total foi de cerca de 500 participantes.

CRITERIOSO
Sandra reforçou a necessidade de se manter o Censo atualizado. Além do surpreendente uso das informações em campanhas de saúde pública, os dados servem de parâmetros para a distribuição de livros didáticos e de energia elétrica; no dimensionamento da frota do transporte escolar e do estoque de alimentos para a merenda; para a definição de projetos de mobilidade urbana; e na divisão de vagas para cursos de formação direcionados para os professores.
A técnica destacou que a atribuição de alimentar o Banco de Dados é dos secretários das escolas, mas, ressaltou, a responsabilidade do que é transmitido é dos diretores. Sandra acrescentou que o preenchimento do Censo deve ser criterioso. A tal ponto que até a forma de escrever os nomes precisam corresponder com o que está grafado nas certidões de nascimentos dos alunos.

ESPECIAL E INCLUSIVA
O segundo tema do VI Seminário Regional foi “Educação Especial, Inclusiva e a Legislação”. A advogada e professora de pós-graduação do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar), Maria Clara Marussi Silva, fez um resgate histórico das leis e afirmou que são necessários recursos diferenciados para uma parcela dos alunos que requer atenção redobrada. Falou sobre a complexidade de atender as crianças portadoras de deficiências e as superdotadas.
De acordo com Maria Clara, os municípios são obrigados, por lei, a manter sala de recursos multifuncionais, tradutor intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), e pessoal de apoio para os alunos autistas. Observou, no entanto, que mais do que a estrutura física e de equipamentos, a inclusão vai depender do preparo e da criatividade dos professores e auxiliares. “Se há um aluno cadeirante, por exemplo, a aula de Educação Física tem que oferecer mais que os esportes tradicionais”, citou.

CÉREBRO
A professora doutora de Anatomia, Neuroanatomia, Bioética e Morfologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Larissa Renata de Oliveira Bianchi, encerrou a programação do VI Seminário Regional da Educação da Amusep. Com mais de duas décadas dedicadas ao estudo do cérebro, ela argumentou que os seres humanos precisam de regras, limites e desafios. Devem aprender a lidar com as próprias emoções, para poder conviver e se relacionar com os outros.
Na opinião da especialista, os adultos, da atualidade, estão despreparados para treinar e promover a evolução dos cérebros das crianças. Principalmente, da geração, que ela denomina de “miojo”. “O prazo deles é de três minutos”, resumiu. Larissa defende, ainda, que os educadores para agirem como transformadores necessitam adotar novos comportamentos, rever hábitos, autoconhecerem-se mais profundamente, e trabalhar a autoestima.

MARCO
Para a coordenadora da Câmara Técnica da Educação da Amusep, secretária Municipal de Educação de Mandaguari, Adenise Batista Rodrigues, o VI Seminário Regional é um marco por romper a casa dos 500 participantes. “Nosso objetivo é proporcionar ambientes favoráveis ao avanço da qualidade do ensino nos 30 municípios da região”, destacou.
A secretária Municipal de Educação de Marialva, anfitriã do evento, Jaqueline Guimarães Nabas, diz ter sido uma honra receber o encontro, que incentiva o intercâmbio de experiências. O chefe do Núcleo Regional de Educação, com sede em Maringá, Luciano Pereira dos Santos ressaltou que investir na formação dos servidores da área é elevar o padrão de qualidade da Educação oferecida à população.

EXEMPLO
O vereador de Marialva, Wesley Henrique de Araújo, citou o exemplo dele, deficiente visual, para ilustrar como a rede pública pode promover a inclusão dos alunos especiais. “Na escola pública, aprendi o sistema de leitura Braille, o que me possibilitou conquistar o diploma da faculdade de Jornalismo e de uma segunda graduação”, disse.
Marcelo Siena, chefe de Gabinete, que representou o prefeito Victor Celso Martini, que se encontra em férias, afirmou que Marialva estava orgulhosa em poder contribuir para tornar os profissionais mais preparados para enfrentarem os desafios que a Educação impõe aos atuais educadores.
O primeiro vice-presidente da Amusep, prefeito de Mandaguari, Romualdo Batista, declarou que a Educação de qualidade é o único caminho capaz de transformar um país. O presidente da Amusep, prefeito de Atalaia, Fábio Fumagalli Vilhena de Paiva, recordou que a entidade é pioneira na criação de câmaras técnicas e que a primeira a ser constituída foi a de Educação. “É um trabalho exemplar e o Seminário Regional é uma referência de como elevar o nível dos serviços oferecidos à população”, frisou. (AMusep)

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