Prefeitos cobram providências
sobre ‘estradas intransitáveis’

“Já esgotamos nosso estoque de desculpas. Está difícil de circular pela cidade. O que eram, apenas, transtornos, transformaram-se em calamidade pública. Estamos sem tempo para esperar. Precisamos de medidas emergenciais. Vidas estão sendo ceifadas. Sem contar os incalculáveis prejuízos financeiros e materiais”.

O relato, em tom de desabafo, do prefeito de Itaguajé, Crisógono Noleto e Silva Júnior, o Juninho, foi um dos termômetros das reivindicações direcionadas aos chefes de núcleos e escritórios regionais do Governo do Estado, durante reunião mensal dos mandatários das cidades que integram a área de abrangência da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep). O encontro ocorreu na tarde do dia cinco de setembro, na sede da entidade, em Maringá.
Mediados pelo presidente da Amusep, prefeito de Atalaia, Fábio Fumagalli Vilhena de Paiva, e pelo assessor especial da Casa Civil para o Noroeste do Estado, Edgar Silvestre, o Deca, os mandatários de Ângulo, presidente do Consórcio Público Intermunicipal de Gestão da Amusep (Pró-Amusep), Rogério Aparecido Bernardo; de Flórida, Márcia Cristina Dall Ago; de Iguaraçu, Manoel Abrantes Neto, o Nelinho; de Lobato, Tânia Martins Costa, também foram contundentes ao solicitarem uma ação mais efetiva do Governo do Estado para solucionar o impasse. “As estradas estão intransitáveis. Os motoristas usam o acostamento e, em alguns trechos, os carreadores das propriedades rurais, localizadas às margens das rodovias”, comentou Tânia Costa.

ABANDONO
Rogério Bernardo chegou a propor que as prefeituras se unissem em uma força-tarefa para realizar uma operação tapa-buracos, como um paliativo. O superintendente regional interino do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Victor Eduardo Antunes, lembrou que a legislação impede esse tipo de iniciativa e que os prefeitos podem responder por ações de improbidade administrativa. Ao responder os questionamentos, o engenheiro Civil fez um breve histórico da situação. Disse que estão em vigor 10 contratos para a prestação de serviços de conservação da malha viária da região. O problema é que uma das empresas vencedoras das licitações abandonou as obras. Justamente, nos trechos mais críticos, entre eles os de acesso a Itaguajé.
Antunes destacou que a Superintendência tem poder de decisão limitado. Informou que o assunto está sendo tratado pela Diretoria do DER, que, em agosto, foi substituída pelo governador Carlos Roberto Massa Júnior, o Ratinho Júnior, e pelo Departamento Jurídico do órgão. Ressaltou que os trâmites burocráticos, lentos, como é de conhecimento geral, agravam o cenário e que, com a proximidade da chegada da temporada de chuvas, o quadro tende a piorar.

AUDIÊNCIA
Após as manifestações dos mandatários e das explicações do superintendente, o presidente da Amusep e o assessor Especial da Casa Civil sugeriram agendar uma audiência, na próxima semana, com o secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, e com os diretores do DER. Fábio Vilhena e Deca propuseram, ainda, convidar os deputados estaduais, com base eleitoral na região, para acompanharem a comitiva de prefeitos, durante o encontro. “Vamos mobilizar nossa representação política para, juntos, encontrarmos uma saída para este momento crítico para a nossa população”, afirmou Fábio Vilhena.

OUTRAS ÁREAS
Além da questão da malha rodoviária, assuntos relacionados ao esporte, Saúde, Educação, segurança pública, trânsito, entre outros foram debatidos. Houve uma apresentação geral dos participantes da reunião. Cada um se identificou; falou o cargo e o setor de atuação. Os chefes de núcleos e de escritórios regionais citaram as rotinas deles e informaram que pretendem visitar todos os prefeitos da área da Amusep.

100%
Prefeito de Marialva, por dois mandatos consecutivos, entre 2009 e 2016, e presidente da Amusep, Gestão 2013, o assessor Especial da Casa Civil, Deca, fez um balanço positivo do encontro. Ele destacou a presenta de 100% dos representantes dos órgãos do Governo do Estado na área da Associação dos Municípios. O presidente Fabio Vilhena também considerou a reunião produtivo. “A questão das rodovias é uma situação que se arrasta desde a administração anterior. Hoje, é o problema mais crônico para os gestores municipais”, declarou. Para Deca, o evento possibilitou que os mandatários conhecessem os chefes de núcleos e escritórios, e vice-versa. “Também foi uma forma de mostrar que muitas demandas podem ser solucionadas por aqui, sem a necessidade de deslocamentos para Curitiba”, disse. (Amusep)

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