Copa do Mundo dos Refugiados

Curitiba recebe neste final de semana, pela primeira vez, a Copa do Mundo dos Refugiados.

A competição tem entrada gratuita e começa sábado com os jogos da fase preliminar, disputados no Centro de Educação Física e Desporto da Universidade Federal do Paraná, no Jardim das Américas. Já as disputas de terceiro e quarto lugares e a grande final serão no domingo, no Estádio do Pinhão, em São José dos Pinhais.
Realizada no Brasil desde 2014, a competição tem o objetivo de promover a integração social dos migrantes e refugiados que escolheram o Brasil para viver. A etapa paranaense da Copa contará com oito equipes: Haiti, Venezuela, Argentina, Colômbia, Congo, Nigéria, Bolívia e Peru.
O evento é promovido pela ONG África do Coração, com apoio institucional do Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho; da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para as Migrações.
Antes do Paraná houve etapas em capitais de outros estados. Além do troféu, a seleção vencedora da etapa paranaense ganhará uma viagem para disputar as finais da Copa no estádio do Maracanã, em outubro, no Rio de Janeiro.

PREPARAÇÃO
O time do Haiti está empolgado, como conta o técnico Peter Mackenson. “Estamos supermotivados e temos certeza que vamos ganhar. O time já foi campeão duas vezes do Africa’s Cup, que é realizado pela Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude de Curitiba, e jogamos juntos há um ano”, disse ele.
“Mais do que ganhar, o objetivo é ter muita alegria, conhecer pessoas e ter bons momentos”, disse o vice-capitão do time do Congo, o volante Arnold Nseka Mvuama. Arbold é estudante de Odontologia na Universidade Federal do Paraná e conta que o time está se preparando no campo onde será realizada a primeira fase. “O que nos dá alguma vantagem”, comemora.

PADRINHO
O refugiado sírio e ator de TV Kaysar Dadour, escolhido como embaixador do evento no Paraná, ressaltou a importância do projetos de apoio aos imigrantes e refugiados, tanto do poder público quanto de iniciativas da sociedade. “A Copa é um projeto de cidadania que mostra que somos iguais, e a nossa maior riqueza é acabar com preconceito, xenofobia e qualquer outra discriminação, porque temos o direito de viver com dignidade independente do lugar que estamos”, disse.
Nascido em Aleppo, cidade devastada pela guerra, Dadour deixou sua terra natal há oito anos e fugiu de carro para o Líbano. De lá, viajou de avião para a Ucrânia e, depois de um tempo, migrou para Curitiba, cidade que escolheu para viver ao se refugiar no Brasil. Atualmente, ele vive no Rio de Janeiro por conta dos compromissos profissionais. “Convido todos a prestigiar esse evento.”
O secretário da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, ressalta o caráter inclusivo da Copa. “É uma excelente oportunidade de integração e de congraçamento para essas pessoas que escolheram Curitiba para viver, e uma boa oportunidade para os curitibanos conhecerem os representantes destas nações que agora aqui moram, são nossos vizinhos”, disse. Leia mais.

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