Recordando Padre Orivaldo

Há pessoas, infelizmente não muitas, que conhecendo sem as conhecer pessoalmente, são inesquecíveis, mesmo quando deixam o corpo físico e retornam ao Mundo Espiritual.Padre Orivaldo é uma dessas, para mim, mesmo tendo trocado, pessoalmente, poucas palavras com ele, quando o encontrei, caminhando na Catedral.

Costumo perguntar: Onde estará Padre Orivaldo? Outro dia fiz a mesma pergunta para meu dentista, o dr. Ken it, igualmente um admirador do religioso falecido em janeiro deste ano, que obviamente me respondeu com base na doutrina católica, que Padre Orivaldo está ao lado de Deus e em seguida me ofereceu, emprestado, um livro de crônicas publicado por ele “Celeiro desprovido”, do qual quero destacar a publicada na página 259, como título “Dez anos” (aqui), que vamos resumir: ‘Cigarro é um cilindro branco com uma brasa numa ponta e um imbecil na outra. Não conheci até hoje melhor definição. Fui esse imbecil durante largo período da vida. Com o agravante de ter começado na fase adulta, aos 26 anos. Meu irmão Eraldo e eu crescemos vendo o pai, fumante desde menino (…) No final dos anos 60 o Eraldo e eu começamos a dar as primeiras tragadas.(…) O Eraldo parou bem mais cedo. Eu continuei ainda imbecil por uma pá de anos(…) Tenho ouvido que só se pode considerar ex fumante quem contabilizou dez de completa abstinência. (…) Pelo sim e pelo não, estou me parabenizando pelos dez anos contínuos de abandono do ‘pirulito do capeta’ (crônica datada de 4/2/2012).
Padre Orivaldo teve, no final da última existência, sérios problemas pulmonares, provavelmente fruto dos males causados pelo cigarro e deve ter sentido um alívio muito grande quando se viu fora do corpo, definitivamente ( todos os dias, todos saímos quando dormimos), mas conservou por algum tempo os problemas, mesmo sem o corpo físico e deve ter sido internado num hospital para restabelecimento da saúde e poder voltar a trabalhar.É bem provável que foi recebido pelos grandes amigos padres de bispos que o precederam como Padres Bernardo, Tanaka, Geraldo, Dom Jaime e outros que não me recordo, além de grandes amigos fora do clero.
Passados dez meses após ter deixado o combalido corpo físico é possível que já esteja em treinamento para o trabalho por lá ( ninguém descansa em paz, há muito trabalho do outro lado )e quem sabe já tem até permissão para participar de missas na Catedral.
Vele por nós, intua-nos, corrigindo nossos erros, paz, sucesso nesta estada aos lado dos humanos fora do corpo (físico), caro Padre Orivaldo (não me acostumo com o Monsenhor). Seu livro é delicioso e até vou comprar um exemplar para devolver o do meu amigo e Ken It, autografado pelo senhor, com a seguinte dedicatória: “Para os queridos Andréia, Márcia, Marina e Ken-It, com a amizade de sempre do (‘bela assinatura, fernandinho”, desculpe a brincadeira) e termino reproduzindo comentário do senhor nesta postagem que fizemos em 2014: ‘Pe. Orivaldo diz: – 26 de maio de 2014 às 10h26 – Também me diverti com o texto. Lembra aquele garotinho que perguntou pra mãe: “Mamãe, lá no céu, o que é que a gente faz?” E a mãe: “Ah, filhinho, a gente louva a Deus, ouve o canto dos anjos, participa da glória dos bem-aventurados, desfruta da felicidade completa…”. E o garoto: “Pra variar um pouco, não pode, nos domingos, dar um passeio pra conhecer o inferno?” Quanto ao café sugerido pelo Akino, gostei da ideia. Alguns dias mais (ainda sinto dores) e podemos agendar. Abs’. E completo eu (Akino) o café entre eu Rigon e Padre Orivaldo, não aconteceu, talvez por culpa minha que não insisti.
Akino Maringá, colaborador

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