Com salário baixo, professora concursada vira prostituta

Por Everton Menezes, no Yahoo! Notícias:

Rua Augusta, Centro de São Paulo. O relógio marca 22 horas. Na calçada, em frente a uma casa noturna, uma mulher arruma, ligeiramente, os cabelos. Olha-se no espelho, confere a maquiagem que lhe garante uma beleza – quase que natural – e segue para uma esquina de uma das regiões mais badaladas da capital paulista. Celine é o nome dela. Fictício, claro. Veste uma calça jeans, camisa preta decotada e um salto de dez centímetros, que deixa a garota, de 35 anos, ainda mais alta – um chamariz para atrair os olhares de quem passa. Em pouco tempo, o celular toca. Um carro preto se aproxima e Celine segue para uma rápida conversa. “Ele é um cliente antigo. Vai beber com os amigos e depois vem me buscar. Ligou só para confirmar nosso encontro. Ainda tenho tempo para outros programas. Minha noite está garantida”, comemora.

A comemoração tem um motivo. Com a crise econômica, as prostitutas tiveram que rever o preço dos programas. “Muitos homens falam que estão sem dinheiro, que perderam o emprego ou tiveram o salário reduzido. E a gente é quem sofre as consequências”, critica a jovem, que cobra R$ 150 por uma hora de encontro. A clientela diminuiu nos últimos anos e a região ficou decadente. As mulheres, que insistem em permanecer na área, dizem que foi-se o tempo em que uma prostituta costumava juntar R$ 20 mil por mês, em programas. “A noite é ilusória. Hoje, você ganha R$ 1 mil. Amanhã, não tem dinheiro para pegar o ônibus”, comenta. Leia mais.

 (Foto: Everton Menezes / Yahoo Notícias)

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