A mulher e a cidade

Por Tania Tait:

Nas discussões dos planos diretores das cidades brasileiras, percebe-se, nitidamente, que a decisão dos espaços do território é realizada por homens, brancos e ricos.

Majoritariamente presentes nas assembleias realizadas, este é o perfil de quem decide como a cidade se organiza, quais são seus espaços, como se dá o zoneamento, expansão para a área rural, entre outros. Mesmo com as audiências públicas tendo em sua normatização a garantia da presença de movimentos sociais organizados, na proporção, as empresas interessadas e os governos ocupam a maioria das vagas. No entanto, a presença dos movimentos sociais torna-se de extrema relevância pois traz para a discussão, a cidade real, na qual as pessoas vivem, trabalham e se deslocam. Dentro do movimentos social, destaca-se a presença das mulheres, negros e Lgbts, os quais contribuem com suas vivências para que a cidade seja mais humana e acessível a toda a população. Não se pode ignorar que as mulheres, grupo que passa de 52% da população, atua tanto no mercado formal como informal, detem mais anos de estudo que os homens, chefia famílias e, portanto, contribui para o desenvolvimento local, regional e nacional, devam ser ouvidas. Ouvidas e consideradas em suas propostas e melhorias para a vida na cidade.

As mulheres, também, se deslocam nas cidades, para seus locais de trabalho, levam filhos nas escolas e família no médico, utilizam serviços de postos de saúde e áreas de lazer, entre tantas situações vividas na cidade. São as mulheres que, também, ao atuar na zona rural ficam isoladas, a mercê da violência doméstica e do trabalho duro na lavoura, na casa e no cuidado com os filhos. São inúmeras as atribuições das mulheres no campo e nas cidades e são infindáveis as contribuições que as mulheres podem dar para a melhoria do espaço urbano e rural. No entanto, elas precisam ser ouvidas.

Dessa forma, uma cidade humana, inclusiva, com desenvolvimento sustentável e ecológico, necessita da participação da outra metade da população, as mulheres, que sempre ficaram silenciadas no direcionamento da vida nas cidades. É chegada a hora das mulheres serem as protagonistas de sua própria história, inclusive no espaço do território que ocupam. Por isso, o Conselho da Mulher de Maringá com apoio do Núcleo Maringá da BR Cidades organiza o debate “A Mulher e a Cidade”, cujas discussões e propostas serão encaminhadas aos órgãos competentes.

O evento será realizado no dia 18 de novembro,às 19h, no Plenarinho da Câmara Municipal de Maringá.

(*) Tania Tait é professora universitária


(Foto: Marquinhos Oliveira/CMM)

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