Ex-secretário dos Barros é um dos presos da Operação Taxa Alta

A situação que resultou na Operação Taxa Alta, realizada hoje pelo Gaeco, ocorreu no curto governo de Cida Borghetti. Entre os presos está o ex-secretário de Saneamento de Maringá e ex-chefe de Gabinete de Silvio Barros II, Leopoldo Floriano Fiewski Junior (foto), um dos mais próximos dos irmãos Barros.

Ele foi assessor da ex-vice-governadora de Beto Richa (PSDB). Mandados de busca e apreensão teriam ocorrido nos escritórios políticos do deputado federal Ricardo Barros em Brasília, Curitiba e Maringá. A informação não foi confirmada oficialmente, mas o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriu mandados nessas três cidades.

Conforme o Gaeco, o processo de credenciamento, em agosto de 2018, teria sido manipulado para beneficiar uma das empresas vencedoras, a Infosolo. Com isso, a favorecida teria faturado, entre novembro de 2018 e junho de 2019, aproximadamente R$ 77 milhões, segundo o Paraná Portal. A ex-vice-governadora, procurada pela RPC, disse que não houve nada irregular.

Além de Leopoldo Fiewski, um dos mais influentes nomes das administraões Silvio Barros II e Carlos Roberto Pupin, foram presos por cinco dias o ex-diretor-geral do Detran-PR e atual diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná, Marcello Panizzi, e sua assistente Rosângela Curra Kosak , além de Luiz Carlos Farias, controlador-geral da Alep, e Emerson Gomes, ex-assessor do Detran. As prisões são por cinco dias.

Ainda segundo o portal, em julho, a 5ª Inspetoria de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Paraná concluiu que houve irregularidades no edital de 2018 do Detran-PR para o credenciamento de empresas para a prestação do serviço de registro de contratos de financiamento de veículos no estado.

Na Comunicação de Irregularidade, os auditores do TCE-PR pediram ao conselheiro superintendente da inspetoria, Ivan Bonilha, a suspensão do edital e a responsabilização dos gestores públicos envolvidos no credenciamento. O relatório apontou que houve favorecimento à empresa Infosolo, que concentra 90% dos financiamentos de veículos no Paraná. A empresa cobra o teto da taxa previsto no edital que é de R$ 350. Deste valor, apenas R$ 87,50 vão para o Detran, o restante (R$ 262,50) fica com a empresa.

Na ocasião, os erros cometidos pelo Detran-PR, segundo os auditores, causaram um impacto de aproximadamente R$ 63 milhões. O montante é referente ao valor que foi cobrado a mais dos contribuintes que precisaram registrar financiamentos entre novembro de 2018 e junho de 2019.

Na visão dos auditores, o processo de credenciamento apresentou diversos indícios de direcionamento. Um deles é o fato de a Infosolo apresentar toda a documentação exigida no dia seguinte à abertura do edital. Outro ponto, é que enquanto toda a documentação da Infosolo foi analisada e aprovada em 16 dias, as outras sete empresas que buscaram o credenciamento esperaram mais de 50 dias para a primeira análise da documentação.

De acordo com a auditoria do TCE-PR, as irregularidades no edital de 2018 começaram na formação da comissão de credenciamento, que foi composta exclusivamente por funcionários comissionados do Detran-PR, contratados dias antes da constituição da comissão (leia mais).

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