A queda de um maringaense que governou o Paraná

O escritor e historiador mourãoense Jair Elias dos Santos anunciou nas redes sociais o lançamento em breve de “1971 – conspiração, conflitos corrupção: a queda de Haroldo Leon Peres”. Nascido no Rio de Janeiro, Leon Peres foi político em Maringá, líder do governo militar na Câmara Federal e o primeiro governador biônico do país. Sua saída do Palácio Iguaçu há 50 anos ainda é material de polêmica e contradições. Escreveu Jair Elias:

“Depois de anos de pesquisas, numa parceria com o amigo Jean Feder, jornalista com alma de historiador, pretendemos lançar em breve o livro “1971 – conspiração, conflitos corrupção: a queda de Haroldo Leon Peres”.

O nosso trabalho vai revelar detalhes inéditos sobre o caso Leon Peres, o governador do Paraná, nomeado pela ditadura militar, que permaneceu no cargo somente nove meses em 1971.

Foi preciso montar um verdadeiro quebra-cabeça para encaixar as informações publicadas e não publicadas para se ter uma compreensão geral do que aconteceu. Arquivos liberados pelo SNI sobre esse processo ajudou a complementar o nosso trabalho.

Como Leon Peres foi nomeado pela ditadura, achava que no governo poderia fazer tudo. Brigou com o Tribunal de Justiça e com a imprensa – que boa parte era ligada ao Paulo Pimentel – e criou um clima terrível no Estado. Além da invasão dos estúdios da TV Iguaçu, outros fatos mostram a difícil relação que o governador teve com os órgãos de comunicação. Os jornais, rádios e canais de televisão de Curitiba receberam ordens de censura, por meio de bilhetes, proibindo matérias contra o governo.

Tivemos acesso aos dossiês elaborados pelo SNI, que investigava o governador, o irmão dele e colaboradores desde outubro de 1971, envolvendo um dos maiores empreiteiros do Brasil, Cecílio do Rego Almeida.

O caso mereceu uma ampla reportagem da Revista Veja, que foi apreendida logo depois. Também vamos revelar os bastidores de como a Veja fez a reportagem, com verdades e contradições. E como uma corrupção motivou outras.

Todos os detalhes do que realmente aconteceu – passo a passo – estarão relatados no nosso livro”.

Abaixo, a famosa reportagem da revista Veja a respeito: