PMN pede impugnação a pesquisa

Levantamento, por telefone, seria iniciado hoje; num só dia o instituto, de Vitória (ES), registrou ao menos 12 pesquisas, no valor de R$ 160 mil, encomendadas pela própria empresa, criada no final do ano passado; outras pesquisas do instituto já foram barradas
A executiva municipal do Partido da Mobilização Nacional ingressou ontem à noite junto à Justiça Eleitoral com pedido para impugnar a pesquisa eleitoral que seria iniciada hoje em Maringá e finalizada na quarta-feira. O levantamento foi registrado pela 100% Cidades Participações Ltda., ao custo declarado de R$ 12,5 mil, a ser bancado pela própria empresa, que é de Vitória (ES).
O caso será decidido pelo juízo da 192ª Zona Eleitoral de Maringá. O partido alega que, dentre as novas disposições que tratam sobre o assunto, está o dever de o instituto de pesquisa, em sendo o caso de utilização de “recursos próprios” para a realização de pesquisas eleitorais, apresente o Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) do ano anterior às eleições, bem como a origem destes recursos.
“Busca-se coibir que se abra um caminho para a confusão entre a pessoa do contratante e da contratada. Basicamente, serve para saber quem, efetivamente, está pagando a conta da pesquisa eleitoral”. O pedido de impugnação aponta que, em análise ao registro da pesquisa, embora se verifique a apresentação das Demonstrações do Resultado do Exercício anterior, ao se analisar estas, é possível verificar que naquele período a requerida não apresentou qualquer receita. Apenas a título exemplificativo, lembra que somente na quinta-feira passada, 8, foram feitos ao menos 12 pesquisas, todas com recursos próprios, num valor total de R$ 160 mil.
“Conforme disposição do inc. V do art. 33 da Lei das Eleições, o registro das pesquisas eleitorais deve estar acompanhado de informações quanto ao “sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados e do trabalho de campo”. A referida norma objetiva justamente “possibilitar àqueles que são objetos das pesquisas eleitorais a aferição da verossimilhança do resultado das pesquisas com aquilo que fora divulgado”.
Assim, em se considerando que a confiabilidade da pesquisa eleitoral está intrinsicamente relacionada à confiabilidade dos dados em que se baseou, resta necessário que se identifique como a representada, empresa cuja abertura se deu em 16/11/2023, teve acesso a tão ampla base de dados telefônicos (serão 500 entrevistados, todos, exclusivamente, pela via telefônica)”, diz outro trecho do pedido de impugnação da pesquisa da empresa capixaba, que já teve pesquisas barradas em outras cidades, como Curitiba e Campo Grande (MS).
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