Texto

Fé sertaneja

Por Dom Geraldo de Proença Signaud  S.V. D.  

Numa tarde sossegada de julho lá pelos anos de 1948, estava trabalhando no meu escritório, quando o porteiro me chamou. Havia na portaria um senhor de idade que queria falar comigo. Desci. Na saleta está sentado um  sertanejo de uns sessenta anos. Tipo de mineiro de Montes Claros.

Continue lendo ›

Eles fizeram a História. Sem saber

Caminhonete sendo retirada de valeta

O Norte do Paraná, uma das regiões mais produtivas do Brasil e do mundo, é resultado do projeto de colonização desenvolvido pela Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), criada por investidores britânicos na década de 1920. A empresa, que ampliou as atividades para a exploração do transporte ferroviário por meio da Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná (CFSP), foi adquirida por empresários paulistas duas décadas depois por imposição do governo da Grã-Bretanha, que exigiu a repatriação do capital de seus concidadãos para custear os esforços de guerra contra o nazismo.

Continue lendo ›

Como se mata uma onça

Por Dom Geraldo de Proença Signaud S.V.D

Nossa perua Willys corria a bom correr pela estrada de Maringá a Guaíra. Passamos Jussara, então uma clareira na mata virgem, fomos pousar no Cruzeiro do Oeste. A cidade era um formigueiro de pioneiros vestidos de bombachas amplas e calçados de botas de sanfona, que iam a meia canela. Caminhões de toras se sucediam, levando grossas perobas, alvos paus-marfim, rosados cedros, a caminho de São Paulo.

Continue lendo ›

Era uma vez, em 1910, na estação de trem de Manchouli…

Segundo os informes do dr. Ch’uan Shao Ching, professor de Medicina, Terapêutica e Jurisprudência Médica no Colégio Médico Imperial e oficial médico no Hospital Pei-Yang em Tientsin, teria sido identificada na estação de trem, da rede a Ferroviária do Extremo Oriente da China, que conecta a Sibéria com o nordeste da China, na estação de Manchouli, próximo com a fronteira da Rússia, em 12 de outubro de 1910 um caso da peste de Manchúria ou doença de Manchúria.

Continue lendo ›

A Máscara de Vincent, Paris ano de 1918

Em 15 de outubro de 1918, o dr. Hyacinthe Vincent que era médico-inspetor-geral do Exército, professor do College de France e Membro da Seção de Saúde Pública da Academia de Medicina, com a colaboração do dr. G. Lochon, apresentou uma comunicação à Academia de Medicina de Paris, cujo tema era a respeito da profilaxia mecânica frente à gripe espanhola, -ou seja, 103 anos já se passaram dessa apresentação, mas, vejamos o que podemos recuperar dela.

Continue lendo ›

O contágio e a desinfecção

O professor e médico Emile Roux foi diretor do Instituto Pasteur em Paris por 20 anos, 1904-1925, e um dos principais colaboradores de Louis Pasteur.

Começou como inoculador de animais, e posteriormente, atuo em diversas pesquisas, dentre as mais importantes estão a que tratou da raiva, inclusive tema da sua tese de doutorado.

Continue lendo ›

Reflexão sobre as fake news

Por Heleno Taveira Tôrres:

Temos que combater, com firmeza, a difusão de mentiras. Não admitimos que nossos filhos mintam, que nossos parceiros de trabalho mintam, que nossos familiares mintam. Contudo, passamos a ter uma grave indulgência pela difusão de mentiras por vias telemáticas. As fakes news.

Continue lendo ›

Desde Porto Alegre

Na mensagem do governador do Rio Grande do Sul, presidente do Estado Antônio Augusto Borges de Medeiros, lida na 3ª sessão ordinária da 8ª legislatura em 20 de setembro de 1919, encontramos um relatório extenso a respeito dos efeitos decorrentes da influenza ou gripe espanhola.

Continue lendo ›

O ‘descobrimento’ custou vidas humanas

Do maringaense Laurentino Gomes, certamente hoje o nome que mais orgulha a cidade no país:

Este quadro do pintor Victor Meirelles mostra uma cena idílica. Na paisagem tropical da Bahia, portugueses e indígenas confraternizam-se diante da cruz durante uma missa em ação de graças pela “descoberta” do Brasil em 22 de abril de 1500. Seria isso mesmo? Infelizmente, não.

Continue lendo ›

Os efluentes e os mocambos

Durante o período da gripe espanhola em Pernambuco, houve a autorização dada pelo Presidente do Estado de Pernambuco à época Manoel Antônio Pereira Borba, hoje cargo de governador, para que as usinas de açúcar despejassem as caldas aos rios, e o argumento foi a grave situação econômica, provocada pela gripe, o que impedia o adequado tratamento do efluente.

Continue lendo ›

Os motorneiros de Recife

Por Jorge Villalobos:

Perdurava no espírito público, na capital de Pernambuco em outubro de 1918, uma atmosfera de inquietação pela rapidez como se vai alastrando a “gripe”.

E esse natural receio era evidenciado pelo diminuto movimento nas ruas, nos cinemas, cafés, finalmente, em todos os estabelecimentos comerciais, muitos dos quais se fecharam por terem todos os empregados doentes.

Continue lendo ›

Os fogueiros e a gripe espanhola

Por Jorge Villalobos:

Em 26 de outubro de 1917, o Brasil declarou guerra à aliança germânica, nesse marco bélico foi editado o Aviso Ministerial nº 501, de 30 de janeiro de 1918, e constituída a Divisão Naval para Operações de Guerra (DNOG), composta por oito navios, dentre eles o Contratorpedeiro Piauhy, e o Rebocador Laurindo Pitta, que aliás ainda hoje, convertido em navio-museu, pode ser visitado na cidade de Rio de Janeiro e realizar nele um passeio marítimo pela Baía de Guanabara.

Continue lendo ›

A gripe viajou de navio

Por Jorge Villalobos:

Em 1918, quando a gripe espanhola, influenza, espanhola ou a doença da bailarina, como fora denominada, cruzou os continentes, veio, lentamente, de navio; porém, quando chegou no porto, em poucos semanas os doentes não podiam mais ser contados e que dizer dos mortos que aguardavam dias para serem enterrados.

Continue lendo ›