Memória

Morreu o “Paraná”

Faleceu hoje à tarde em Maringá, aos 66 anos, Leonidas Lara, o Paraná, irmão de Leonil Lara, presidente da Associação dos Artesãos de Maringá (Artemar). Seu corpo será sepultado amanhã às 11h no cemitério municipal. Ele foi perseguido pelo regime militar, preso e torturado, quando era teatrólogo em São Paulo; o deputado estadual Wilson Quinteiro o defendeu e obteve direito à indenização na Justiça Federal (leia mais). Fiquei muito triste com ao saber de sua morte, pelo Twitter, há pouco (hoje o dia foi corrido). Paraná era amigo de meu pai, quando meu filho nasceu deu um presente para o Gabriel, e eu sempre o considerei muito.

À tarde, manifestação musical

Hoje às 15h, um grupo de jovens vai se reunir defronte o prédio da antiga estação rodoviária de Mairngá para fazer uma homenagem à história da cidade. “O debate a favor da preservação do espaço da antiga Rodoviária e da manutenção dos valores públicos ao prédio que agora deve ser construído no lugar do histórico que foi, como alguns estão dizendo, “estuprado”, continua. Nós cidadãos, devemos nos manifestando de forma organizada, representando entidades, mas também de forma independente, lutando da maneira que é possível, observando em silêncio, gritando, cam mgrupntando, pendurando cartazes, fazendo abaixo assinados, chorando, escrevendo, dizendo, se posicionando e mostrando para todos a barbaridade que a administração municipal cometeu”, diz o convite.

Historiador visita obras do Palácio Iguaçu

O historiador Jair Elias dos Santos Júnior, autor do livro “Palácio Iguaçu: coragem de realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto”, será um dos convidados para a reinauguração do prédio, prevista para setembro deste ano. O convite foi feito pelo governador Orlando Pessuti, em Curitiba, na última terça-feira. Jair Elias visitou as obras de restauro e reforma do Palácio Iguaçu, acompanhado pela equipe responsável pelo projeto. No final de visita, foram registradas algumas sugestões apresentadas pelo historiador, entre elas, a recuperação da pintura original das paredes dos salões.

Emílio Germani: nota da arquidiocese

Nota da Arquidiocese de Maringá:

Neste momento em que a cidade de Maringá sente a morte de Emílio Germani, a Arquidiocese de Maringá se une à família Germani, em reconhecimento por tudo o que ele fez por esta cidade e pela Igreja Católica. Que Deus conforte os corações dos familiares, na esperança da vida eterna.  Num simples gesto de gratidão, oferecemos aos maringaenses um trecho do documentário sobre a vida de dom Jaime Luiz Coelho, amigo de Emílio Germani, em que Germani relata como foi a recepção do primeiro bispo de Maringá. Em 1957, seu Emílio foi quem articulou a ida de vários maringaenses a Ribeirão Preto (SP) para a sagração episcopal de dom Jaime. Acesse a foto da sagração, em alta resolução, clicando aqui.

Com frio e sem uniforme


O frio chegou e alunos das escolas municipais de Maringá continuam sem uniforme. Também, a Secretaria de Educação só pensa em produzir escândalos…

Lembrança da rodô

Foto feita no domingo pelo maringaense JC Cecílio, que reside em São Paulo e possui o maringaísmo que toda a equipe da administração municipal não tem. É uma das últimas lembranças que levou para a capital paulista, um dia antes de a Justiça conceder liminar suspendendo a demolição.

Acho que durante um bom tempo, se a liminar for mantida, como deveria, tudo poderia ficar como está, os entulhos servindo como um monumento à arrogância e da intolerância de certos políticos. Seria como um exemplo de como as novas gerações não devem ser.

JC Cecílio e a rodoviária


Perto das 10h um imbecil começou a retirar os cartazes, faixas e flores do alambrado da arena dos horrores e a jogá-los ao chão, com uma atitude de muita raiva, e ainda nem recolhendo a um recipiente de lixo.


Observe alguns trabalhadores sem o mínimo de proteção, fumando sobre tratores e botijões de gás de solda. Havia muitos palpiteiros sem capacetes.

JC Cecílio e a rodoviária

Os cartazes da manifestação ainda estavam no alambrado, havia apenas o vigia no local, afixei o meu, pois na sexta eu não pude estar lá. Cheguei de viagem e fui logo ver aquela aberração da administração. Charlatã.


Lá pelas 8h um miniexército de homens com e sem trajes apropriados chegaram com suas temíveis maquinas de construir, mas agora para destruir a memória de um povo heróico.

A sugestão de JC Cecílio

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JC Cecílio enviou a seguinte sugestão [antes de saber da suspensão da demolição] ao vereador Humbero Henrique (PT): “Como admirador de teu trabalho junto a comunidade de Maringá, quero opinar para um projeto de resgate com o mínimo de impacto, depois desta nossa perda irreparável, por motivos até então desconhecidos e atropelados. Sugiro a dos arcos da antiga Rodoviária – imagino que seja  reproduzido na mesma escala, cor e formato, na praça Raposo Tavares, o mais próximo possível da rua Joubert de Carvalho, na mesma direção dos originais, com isso a harmonia estaria preservada, mesmo que parcialmente no centro da cidade-canção. Tentarei enviar um esboço em breve para a preciação da idéia apresentada. Um abraço. José Carlos Cecilio – Cidadão maringaense (50 anos),  contribuinte  e investidor nesta cidade”.

É dele a foto acima, que mostra uma das laterais do prédio histórico, destruída pelo prefeito Silvio Barros II, e que parecem escombros de guerra.

De olho no que virá

Do leitor, sobre a desparopriação da rodoviária:

Bom, a desapropriação sempre é realizada no “interesse público”. Se o prefeito, depois de desapropriar, e pagar mais de cinco milhões  aos condôminos, não utilizar a área para uma finalidade pública, penso que estará caracterizado um verdadeiro golpe, com certeza, sujeitando-o a algum processo cível ou criminal.
Se a intenção era apenas repassar o imóvel à iniciativa privada, não era necessário desapropriar. Bastava o município vender a sua parte. Não precisaria desembolsar tanto dinheiro que poderia ser usado na saúde, educação e outras necessidades básicas.

Nota zero

De Eleutério Langowski, de Cianorte, de novo:

Administração que não respeita a história e Justiça retrógrada que é insensível a isso. Como em Maringá, teríamos Coliseu, Portal de Brademburg em Berlim, Tore Eiffel, Big-ben em Londres, todos esses monumentos históricos destruídos. A rodoviária de Maringá, pelo menos a parte dos arcos e da galeria, deveria ser preservada pois faz parte da história e e arquitetonicamente falando muito bonita de se ver. Nota zero para os maringaenses que não respeitam a sua própria memória.

Um marco do crescimento de Maringá

De Jorge Villalobos:

Se as primeiras rodoviárias haviam recebido as levas de migrantes gaúchos, catarinenses, paulistas, mineiros e estrangeiros que vieram colonizar a região, pela Estação Rodoviária Américo Dias Ferraz passaram os filhos destes pioneiros, que partiram para estudar na capital. Foi esta cobertura em abóbada de berço que recebeu os primeiros estudantes paulistas, mineiros e gaúchos atraídos pela qualidade do ensino da Universidade Estadual de Maringá. Foi também sob este portal com seu sugestivo luminoso de boas-vindas que passaram os exilados da zona rural, que vieram fazer crescer esta cidade, expulsos pela erradicação do café que sucedeu a geada negra e o grande incêndio de 1975, pela expansão das pastagens e introdução da mecanização agrícola da soja. Pode ter sido por esta estação que boa parte dos novos migrantes partiu em direção ao Mato Grosso e outros estados do norte do Brasil, na eterna busca do sempre novo Eldorado.
A originalidade do projeto é dada pela estrutura que suporta o trecho da marquise sobre as entradas das duas fachadas do saguão. O engenheiro Gubert utilizou o princípio estrutural das pontes de concreto, onde a via carroçável é atirantada em arcos, para obter um vão livre superior a 25 metros. Este vão, ainda hoje insuperado por obras de arquitetura na região, é cortado por duas juntas de dilatação, prevenindo a fadiga da estrutura pela ação da variação da temperatura.
A leveza da fina laje da marquise permitiu uma estrutura esbelta que apóia ainda uma casca em concreto armado. Esta casca serve de contraventamento da fachada, proporcionando acabamento à cobertura metálica do saguão.

(Fotos: Viação Garcia/Kenji Ueta)

A inauguração da praça

Atualizado – Foto da inauguração da praça Napoleão Moreira da Silva, em Maringá, em 1962. O garoto parece ser Alex Valente, pré-candidato a deputado federal pelo PT, ao lado de Lúcia Moreira Ferreira Lopes e Adriano Valente. O de terno verde é Haroldo Leon Peres. Colorizada por Brasilino Nelli, a foto foi garimpada por JC Cecílio, que também resgatou uma foto da praça Rocha Pombo nos anos 70 e um anúncio da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná oferecendo terras na região de Londrina.

Maringá Velho, 1952

A foto é do Maringá Velho em 1952, de autoria do renomado cineasta francês Jean Manzon e publicada na revista norte-americana The Saturday Evening Post (edição de 22 de novembro daquele ano). O mesmo Hotel Maringá está retratado numa pintura de Edgar Werner Osterroht. As duas imagens estão no blog de JC Cecílio, um apaixonado pelo Maringá Velho.