a fila do sus

Crônica

A fila do SUS

Do padre Orivaldo Robles:
Quando pároco de Santa Maria Goretti, uma das três missas de domingo eu celebrava às sete da manhã. A assembleia compunha-se, na sua maioria, de pessoas cinquentenárias. Facilmente se via que não era a missa de maior participação dos jovens. Boa parte deles, após uma noite de balada, estava voltando para casa, enquanto os pais se preparavam para ir à igreja. Por brincadeira, até os frequentadores chamavam-na a “missa da tosse”. De maio a agosto, época do frio, era difícil discordar do ruidoso apelido.
Agora, na Catedral, eu celebro a primeira missa de domingo às sete e meia. Chego antes, por volta de seis e quinze. Com tempo para oração da manhã, uma repassada nos textos litúrgicos e uma curta meditação que faço aos agentes da celebração eucarística. Há cerca de dois meses, eu é que me vejo dando motivo para esta missa fazer-se conhecida pelo hilário nome. Com a Catedral ainda vazia, minhas ruidosas explosões bronquiais por pouco não sacodem as paredes. Ainda bem que são de concreto.Continue lendo ›