bonsucesso

O Santander Brasil confirmou hoje que está mantendo negociações com o Banco Bonsucesso, de Belo Horizonte (MG), dentro de sua estratégia de reforçar a atuação no crédito consignado. O Bonsucesso vem a ser aquele banco que no início de 2012 venceu licitação na Prefeitura de Maringá para concessão de empréstimos pessoais e serviços de cartão como meio de pagamento de bens e serviços aos servidores públicos municipais, por 48 meses (ou seja, ‘invadindo’ o governo seguinte). Coincidentemente, no mesmo ano eleitoral o Bonsucesso ajudou a patrocinar o Alvorada (Maringá Futebol Clube), time do ex-vereador Zebrão, com R$ 150 mil.

O Alvorada, razão social do Maringá FC, tem estrutura graças ao grupo político que está no poder há quase dez anos: do Recanto da Zebra, de acordo com denúncia, levantado com a ajuda de servidores municipais, em cima de um terreno doado pelo município na gestão Silvio Barros II, à conquista dos patrocínios. No ano eleitoral de 2012, por exemplo, o time do assessor de Pupin levou R$ 150 mil do banco mineiro Bonsucesso dias depois deste vencer uma licitação na prefeitura para fazer empréstimo consignado aos servidores, num processo estranho, que só o MP não viu; isso sem contar outros R$ 160 mil, no mesmo ano. Mas o tiro certeiro veio no final do ano passado, quando fechou o patrocínio com o Santa Rita Saúde, coincidentemente logo após este vencer mais uma licitação (desta vez, com valor beeem maior que a anterior) para atender o Sama, plano de saúde do funcionalismo público. Ou seja, aparentemente o time de Zebrão não existiria sem os Barros e as licitações da prefeitura.

Conforme o blog registrou na quarta-feira, a Prefeitura de Maringá publicou extrato de convênio entre o município e o Banco Bonsucesso, de Minas Gerais, que pertence a um outro ramo da família que é dona do BMG, autorizando-o a fazer empréstimos consignados e serviços de cartão para o funcionalismo público municipal. O convênio, como se vê acima, foi firmado em 19 de janeiro último; sua publicação deu-se no Órgão Oficial 1701, esta semana. O estranho é que o decreto 569, que permitiu o uso de cartão, foi assinado somente no dia 30 de março último e publicado no Órgão Oficial 1695, que circulou no último dia 13. Ou seja, quando o convênio foi assinado não existia provisão legal para tal, já que então estava em vigor o decreto 003/2011, que não contemplava operações com cartão.
Trata-se de um belo caso para a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, pois significa o envolvimento de milhões de reais que saem dos cofres públicos via folha de pagamento. Sem contar que há mais um componente estranhíssimo: ao que se sabe, o Bonsucesso não tem representante em Maringá.

A Prefeitura de Maringá firmou convênio com o mineiro Banco Bonsucesso, em janeiro passado, para a concessão de empréstimos pessoais e serviços de cartão como meio de pagamento de bens e serviços, aos servidores públicos municipais; o extrato do contrato foi publicado ontem. O convênio vai durar 48 meses, ou seja, invadirá o mandato do próximo prefeito. O Bonsucesso, especialista em crédito consignado, pertence a um ramo da família que é dona do BMG.