crônica por encargo

Crônica

Crônica por encargo

Do padre Orivaldo Robles:
“Por tradição, a crônica é um gênero jornalístico. Está ligada ao jornal, à revista, à imprensa, seja diária, semanal ou mensal. A crônica é uma atividade sistemática. O Rubem Braga – que todo mundo cita até sem ler e muitos apenas leem sem citar – disse certa vez que a crônica é uma moléstia. Uma moléstia não é gripe, enxaqueca, fratura de tíbia ou tosse comprida. Moléstia é sinusite, tuberculose, gota, bico-de-papagaio. O sujeito acorda e vai dormir com ela. A crônica é isso: a obrigatoriedade do cartão de ponto. Como nenhum jornal aceita cronista que promete mandar matéria quando achar um bom assunto, é mais ou menos compreensível que a crônica, sendo assídua, aproveite os sonhos, o faz-de-conta, a inspiração do cronista. Na televisão – muito mais rara e menos definida – e no rádio a crônica pode ser substituída por imagens e música, sem que as pessoas reclamem e mudem de emissora. Na imprensa, o cronista costuma ser aguardado pelo leitor e tem o ar de ser estimado pelo dono do jornal, sem nem mesmo conhecê-lo pessoalmente. Mas convém ter cuidados: não pode ser enfadonho, prolixo, repetitivo ou professoral. O cronista precisa fingir que faz crônicas por divertimento e que trabalha por não ter o que fazer”.Continue lendo ›