feira oficial

O governador Beto Richa vai vetar o projeto do deputado estadual Hermas Brandão Junior (PSB) que torna a ExpoLondrina a feira oficial do Paraná, aprovado recentemente pela Assembleia Legislativa. A aprovação do projeto, elaborado a pedido do próprio governador, gerou reação de entidades ligadas à agropecuária; o movimento foi liderado pela presidente da Sociedade Rural de Maringá, Maria Iraclézia de Araújo.
A notícia de que o projeto será vetado foi dada hoje ao deputado estadual Evandro Junior (PSDB), depois de audiência com Beto Richa para tratar do assunto. “O governador se mostrou sensível aos nossos apelos, que corroboram a mobilização de diversas entidades ruralistas paranaenses contrárias ao projeto, e adiantou que vai vetá-lo”.

Presidentes e representantes de sociedades rurais do Paraná, reunidos ontem em na sede da Sociedade Rural de Maringá, vão pedir ao governador Beto Richa que vete o projeto que lei que institui a ExpoLondrina como única feira agropecuária como a oficial do Estado. “Mostramos todos os anos, através das feiras agropecuárias, a pujança de nossos municípios. É injusto que uma única feira seja privilegiada e leve tal título. Aliás, precisamos ativar os encontros entre sociedades rurais para fortalecer mais a classe e colocar em evidência a importância que temos”, disse o presidente da Sociedade Rural de Ponta Grossa, Adilson Ferreira Berger. Para o presidente da Sociedade Rural de Cascavel, Erwin Soliva, eleger uma única feira faz com que todas as demais sejam esquecidas. “Nos referimos ao desprezo de verbas e apoio do governo federal, que pode acontecer caso o projeto de lei seja sancionado”.Continue lendo ›

De José Luiz Boromelo:
É o que alguns presidentes de sociedades rurais de todo o estado fazem agora. Descontentes e inconformados com a instituição da ExpoLondrina como feira agropecuária oficial do Paraná, divulgaram um manifesto público em repúdio à aprovação da lei. A carta enviada ao governador cita o projeto de lei nº 945/11 e o classifica como um desrespeito às demais regiões com relevância no setor agropecuário. Até aí seria compreensível a posição intransigente da signatária-mor do referido documento, uma vez que não se pode privilegiar uma determinada região em detrimento de outras, reconhecidas como centralizadoras de investimentos nos segmentos de grandes cooperativas, serviços, indústria, comércio e outras atividades do agronegócio.
Ocorre que o aludido projeto de lei tramitou normalmente na Assembleia Legislativa do Paraná, os prazos regimentais foram cumpridos, a matéria aprovada por seus integrantes e enviada para sanção governamental. Continue lendo ›

A presidente da Sociedade Rural de Maringá, Maria Iraclézia de Araújo, disse hoje em entrevista a uma rádio que o governador Beto Richa estava equivocado quando se referiu à ExpoLondrina como a maior feira do país. Ela rebateu críticas do governador ao movimento que protestou contra a proposta de “feira oficial do Paraná”, beneficiando a cidade natal de Richa. Ouça aqui.

O deputado estadual Evandro Junior (PSDB) votou contra o projeto que estabelece a ExpoLondrina como a feira agropecuária oficial do Paraná e defendeu, por meio de emenda, rejeitada pelo plenário, que a Expoingá fizesse parte do calendário do Estado num sistema de rodízio. “Dessa forma, outra importante feira poderia se notabilizar como evento oficial”, destaca, lembrando que procurou a presidente da Sociedade Rural de Maringá, Maria Iraclézia, para discutir o teor da emenda, de forma a reforçar seu conteúdo para preservar os interesses da entidade e da feira maringaense.
Ele argumenta que a feira de Londrina tem sua importância no contexto do calendário de eventos do agronegócio, na mesma proporção que a Expoingá e outras que acontecem em outras cidades do Estado. “Não se trata de medir o tamanho desses eventos pela movimentação financeira e público, e sim pelo contexto em que são realizados e seus objetivos, de fomentar as atividades agropecuárias”, afirma o deputado. “Essa perspectiva torna todas as feiras importantes em suas respectivas regiões e, assim sendo, precisam do apoio público sem essa distinção de ‘oficial do Paraná’ ou não”.

O deputado estadual dr. Batista (PMN) confirmou hoje que irá apresentar emenda alterando a lei que instituiu a ExpoLondrina como feira oficial do Paraná. Ela terá praticamente o mesmo teor do substitutivo que foi rejeitado na semana passada, em votação na Assembleia Legislativa, e propõe um rodízio do título de feira oficial entre as feiras-exposições realizadas em todo o Paraná. A emenda começará a tramitar assim que o governador Beto Richa sancionar o projeto de Hermas Brandão Junior (PSDB), aprovado pela Alep. Com a aprovação da alteração, a primeira feira oficial será a de Londrina, e a partir do próximo terá início o rodízio.
PS – Dr. Batista votou contra o projeto original de Hermas Brandão e a favor do substitutivo.
(Foto: Nani Gois/Alep)

Há pouco menos de uma hora, a presidente da Sociedade Rural de Maringá, Maria Iraclézia de Araújo, divulgou um manifesto em seu Facebook, resultado de solicitações feitas por lideranças do setor agropecuário paranaense e que tem a ver com a notícia divulgada domingo neste modesto  blog. Diz o texto, dirigido aos deputados e secretários estaduais: “Manifestamos nosso descontentamento ao projeto de Lei nº 945/11, de autoria do deputado Hermas Brandão Junior (PSB), o qual institui a ExpoLondrina como a Feira Agropecuária Oficial do Estado do Paraná. A classificação de uma única feira agropecuária, em uma região que não representa o potencial do agronegócio, como a oficial do estado, desmerece aquelas que trabalham ano após ano para se tornarem ainda mais fortes e atuantes”. A mensagem começou a ser compartilhada.
O manifesto, naturalmente compreensível diante da infeliz proposta, nascida a pedido do governador Beto Richa, é, ao mesmo tempo, corajosa.

O governador Beto Richa (PSDB), na tentativa de agradar Londrina, sua terra natal, está arranjando uma grande encrenca com boa parte do estado. Em dezembro passado ele usou o deputado estadual Hermas Brandão Junior (PSB) para apresentar um projeto de lei instituindo a ExpoLondrina como a feira agropecuária oficial do Paraná. Foi pedido regime de urgência, pois ele quer anunciar a oficialização já para a feira 2012, que começa em três dias.
Com o título de “feira agropecuária oficial do Paraná”, a ExpoLondrina poderá receber recursos estaduais e voltar a ter o status que tinha até 2010, quando era a maior feira do estado. No ano passado a Expoingá passou a ExpoLondrina, o que deve se repetir este ano, quando a feira-exposição de Maringá completa 40 anos.

Considerando que o estado possui cerca de 25 eventos agropecuários anuais e mais de vinte sociedades rurais, o lobby do governador tucano pela ExpoLondrina, realizada pela Sociedade Rural do Paraná, provocou um misto de surpresa e principalmente de decepção. Deputados que representam diferentes regiões – como Enio Verri (PT), dr. Batista (PMN) e Evandro Junior (PSDB), todos de Maringá – apresentaram um substitutivo, democratizando a ideia original e criando a ExpoParaná, que seria itinerante e a cada ano aconteceria numa cidade diferente. O substitutivo foi rejeitado na sessão da última quarta-feira e o projeto original, aprovado.
Como o site da Assembleia Legislativa ainda não foi atualizado desde então, não dá para saber quais os deputados votaram com Beto Richa e fecharam com o privilégio londrinense.

O setor agropecuário paranaense, em especial as cidades que realizam eventos agropecuários – como Maringá, Cascavel, Umuarama e Paranavaí -, ainda não se manifestou de forma oficial, mas a ausência do governador Beto Richa no lançamento da Expoingá, no final de março, teria sido sintomática: ele sabe que sua atitude em beneficiar a ExpoLondrina vai demorar para ser assimilada pelo pessoal, ainda mais quando a “feira oficial” não é, na atualidade, a maior feira do Paraná.
Politicamente, ao que se vê, foi uma das maiores besteiras feitas por um governador paranaense.