Caro Akino
Atendendo a seu repto, manifesto-me para que não haja dúvidas sobre a compreensão do seu desafio – e menos ainda acerca da disposição pessoal de atendê-lo. Mas é preciso colocar em perspectiva não a relevância do seu inconformismo, que às vezes se afigura rancoroso, mas a âncora que o sustenta. Não estou aqui a suspeitar de suas boas intenções, mas sim a cobrar-lhe os elementos básicos para justificar uma investigação jornalística com a consistência necessária para se transformar numa peça noticiosa, capaz de cumprir a nobre missão de informar com a esperada imparcialidade. A responsabilidade profissional exige no mínimo prova documental da acusação verbal para justificar a mobilização. Precipitar-nos é lustrar verniz de eventual coloração revanchista, alimentada pelo prazer muitas vezes sádico de atear fogo ao circo. As boas intenções costumam ficar a meio caminho do Messias e de Nero. Feitas essas considerações, devolvo-lhe o repto: Apresente-nos provas documentais de suas perorações e denúncias. Alicerce seu inconformismo em elementos palpáveis, que corroborem seu desejo de justiça. Ofereça-nos as informações necessárias e relevantes para embasar a ação noticiosa, sem tergiversar no ambiente nebuloso da suspeita.
Franklin Vieira da Silva