jânio de freitas

Opinião

Erros sem fim

De Janio de Freitas, na Folha de S. Paulo:

Ricardo Barros atacou nota da Fiocruz contra o corte de verbas: “Assim como não vou contra o ministro Henrique Meirelles para pedir mais verba, a Fiocruz também não pode fazer manifestação contra o governo do qual faz parte”. A Fiocruz, centro de excelência científica, não faz parte do governo: integra o Estado, a União, o serviço público. Quem faz parte do governo é Ricardo Barros – o que explica ambos.

Política

Ou salvar ou

De Jânio de Freitas, na Folha de S. Paulo:
Toda eleição é indicadora da qualidade democrática do período precedente e sugestiva, pela nova configuração dos poderes políticos, do que esperar de democracia no futuro próximo. O processo que trouxe à atual eleição não violou nenhuma das formalidades democráticas. Mas isso não torna esta eleição capaz de negar a realidade dramática: a democracia brasileira tomou o caminho inverso ao amadurecimento. Infantiliza-se, em diversos aspectos. Em muitos, emburrece. Em outros, perde-se na imoralidade. Leia mais.

Brasil

Convenções teatrais

De Janio de Freitas, hoje na Folha de S. Paulo:
Hoje, se não houver trovoada, convenção nacional do PMDB, prevista a fácil confirmação de Michel Temer como indicado do partido para a vice na chapa de Dilma Rousseff. Cinco dias depois, convenção nacional do PSDB, para selar a candidatura de Aécio Neves. No mesmo sábado, convenção nacional do PSC para palmas à candidatura do Pastor Everaldo à Presidência.
Na Europa, nos Estados Unidos, no Japão, as convenções são como grandes ringues, com disputas muitas vezes levadas até o momento final da indicação. Na política brasileira, as escolhas se fazem em gabinete e, método preferido pelos quatro ou cinco sócios proprietários do PSDB, em mesas de restaurante. As convenções servem apenas para os partidos fingirem que são partidos.

Opinião

Casas da morte

De Janio de Freitas, na Folha de S. Paulo:
Arquitetos e engenheiros, uni-vos! As edificações que se transformam em cenários de tragédias, por defeitos intoleráveis, repetem-se com uma indiferença que não permite esperança alguma do seu fim. Não se fizeram por si mesmas: foram criadas. Por arquitetos, por engenheiros, por decoradores, por mestres improvisados, por gananciosos. E pelo poder público.Continue lendo ›

Brasil

Exceção

De Jânio de Freitas, na Folha de S. Paulo:
O senador Alvaro Dias, agora líder do PSDB no Senado, não pode ver um microfone de TV ou um gravador de repórter. Fala, fala, fala -e não diz nada. Afinal, uma fala sua produz efeito: “Se houver deliberação a respeito de Perillo, vamos dar o troco”.
Deliberação, aí, é convocação pela CPI. Troco, é requerimento para convocação também dos governadores Agnelo Queiroz e Sérgio Cabral. No papel de guarda-costas do governador Marconi Perillo, Alvaro Dias facilitou o acordo de blindagem dos três governadores.