maquiavélico

Akino

Maquiavélico

Segundo os dicionários, maquiavélico significa sem escrúpulos, pérfido, que possui astúcia; esperto.

O que nem todos sabem é que a origem da palavra refere-se a Nicolau Maquiavel, filósofo político nascido em Florença. Maquiavel  não era do tipo que preconizava suas idéias enquanto se mantinha afastado das disputas.

Pouco se sabe sobre o início de sua vida, mas em 1498 foi nomeado para dois cargos administrativos:  Secretário da Segunda Chancelaria e secretário  do Conselho dos Dez, que cuidava da diplomacia na república florentina.

Participou de várias missões diplomáticas e conheceu alguns dos principais líderes  da época, como Luiz XII da França, Imperador Maximiliano, papa Júlio II e César Borgia.  Seus relatos e cartas deixam claro que ele estudava esses personagens, e suas atitudes com muito entusiasmo e perspicácia, e certamente  foi durante esse período que desenvolveu  as idéias que depois fizeram parte  de sua obra mais conhecida, O príncipe.

Em forma de carta direcionada a Lorenzo  de Médici, O príncipe( escrito em 1513, mas publicado apenas em 1532) pretendia ser um manual para governantes, com conselhos sobre  o que o príncipe deveria fazer de modo a alcançar e manter seu poder político  Se no passado os teóricos políticos  estavam preocupados em como promover o bem comum e agir com justiça, Maquiavel se mostrava mais interessado em explorar os caminhos que os líderes poderiam adotar  para manter suas posições com mãos de ferro. Caso o assassinato representasse a direção lógica, que assim fosse- livrar-se da família que governava antes era crucial.

O príncipe defende o uso da crueldade quando isso é capaz de deixar súditos amedontrados  e , portanto, flexíveis, mas entende que deveria ser algo  rápido e enfático. As recompensas, por outro lado, deveriam ser oferecidas com parcimônia, para deixá-los querendo mais. Quanto à dissimulação, era preciso praticá-la porque os indivíduos eram superficiais, mas aos governantes caberia sempre  fingir serem virtuosos, de modo a não conceder aos súditos nenhum fundamento para o ódio.

Na essência, o livro afirma que os governantes devem estar preparados para fazer coisas ruins, caso julguem que os resultados valerão a pena: os fins justificam os meios, e por aí vai. Essa mudança do idealismo para o realismo é a grande contribuição de Maquiável para a filosofia política.

Com este texto, baseado no livro Penso, Logo Existo, de Lesley Levene, queremos fazer uma reflexão:  Será que conhecemos alguém maquiavélico? Na política, sobretudo, nos vêm a mente alguém que pensa como Maquiavel: ‘É muito mais seguro ser temido que amado, quando se tem que optar por uma das alternativas’. Pense você, aí caro leitor, que nós pensamos aqui e certamente encontremos alguns nomes de pessoas de todas as classes, profissionais, mas especialmente na política. Ou será que cada um de nós também não é maquiavélico?  

Akino Maringá, colaborador