o dia seguinte

Crônica

O dia seguinte

Do padre Orivaldo Robles:
padreorivaldoNa década de 50 do século passado, a última luz que se apagava no Vaticano era a do papa Pio 12. Até uma hora da madrugada, a Praça de São Pedro mostrava as venezianas iluminadas dos seus aposentos. Antes das seis, estavam de novo acesas. Trabalhador infatigável, dormia menos de cinco horas por noite.
Depois dele vieram cinco. Quatro morreram no cargo. O último, não. Desde anteontem, estão apagadas as luzes que o mostravam em casa. Fico matutando sobre sua primeira noite na condição de papa emérito. No Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, enquanto espera a reforma do convento Mater Ecclesiae, sua nova residência, será que demorou a pegar no sono? Precisou de algum comprimido para dormir? Pois é raro modificar tanto a vida de um homem. Menos ainda, a vida de uma Igreja multissecular.Continue lendo ›