Um dia para o índio
Do padre Orivaldo Robles:
Nas décadas de 80 e 90 fui, algumas vezes, com uma família amiga ao Mato Grosso, perto do Pará, em férias de poucos dias. A gente aproveitava julho, quando não chovia. De uma feita, não sei por que, viajamos em janeiro. Então descobri a que, naquela região, chamam inverno. Dia sim, outro também, amanhece um céu azul que dá gosto. Quente como tampa de panela. Logo, logo começa a nublar. Pelas duas da tarde, pouco mais, despenca um aguaceiro de não se enxergar um metro à frente. Não demora e o céu limpa de novo. O dia termina num pôr do sol de pintura. Por que viajar para o Mato Grosso nas férias de meio do ano? É que boa parte dos familiares mudou para aquelas lonjuras. O casal, ambos professores, todo ano, levava as crianças a visitar avós e tios. Os de lá e os daqui mostravam prazer em que eu também fosse. Quiçá para fazer lastro no carro. Ou para ajudar a dirigir. Mais de dois mil quilômetros ao volante, sem parar, ninguém merece. Estou brincando. Amigos queridos, eles apreciavam, muito além do que vale, a minha companhia. Na época, depois de Cuiabá a BR 163 era chão puro até Santarém (PA). De tanto em tanto, desvios e máquinas. O solo preparava-se para o asfalto.Continue lendo ›
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