De que lado está o DCE da UEM?

De Rafael Crozatti:
É muito triste falar deste assunto, confesso que se pudesse, iria evitá-lo, tanto que esperei até hoje, data do Conselho Estudantil das Entidades de Base (CEEB) para me manifestar. O assunto principal, é o golpe que a atual direção do Diretório Central dos Estudantes (DCE), gestão Agora Só Falta Você, da Universidade Estadual de Maringá – UEM, deu em toda base do movimento estudantil, ao desrespeitar deliberações legítimas dos Centros Acadêmicos, tomadas ainda em 2013. No que tange ao golpe que, particularmente, tomei em meu mandato no Conselho de Administração (CAD). De acordo com o Estatuto do DCE em seu Capítulo VI – Da Representação Estudantil, em seu Art. 27 – “Os representantes discentes junto ao CAD serão indicados pelo DCE, após serem eleitos pelo Conselho de Entidades especialmente convocado para este fim”. O Estatuto da entidade é claro ao determinar que os representantes sejam eleitos em CEEB e, após isso, ser indicado pelo DCE.
Se não bastasse o desrespeito ao seu Estatuto e a toda base do movimento estudantil da UEM, legitimamente representada pelos Centros Acadêmicos, o DCE também passou por cima do próprio Regimento dos Conselhos da UEM, que estabelece o mandato de um ano para os representantes discentes naquele Conselho, que no meu caso no CAD, por exemplo, venceria no dia 3 de junho de 2014, conforme aponta a Portaria que me nomeou em 2013.
Ao contrário do que ocorreu nos dois últimos anos, período de Gestão da Movimente-se Uem, em que os representantes nos Conselhos Superiores (meu caso), foram eleitos via CEEB, como manda o Estatuto do DCE, a atual gestão da entidade, nomeou, arbitrariamente, sem eleição, dois dos seus membros, vinculados as organizações políticas que compõem a sua direção.
A atual gestão do DCE da UEM legitimou a minha representação discente junto ao CAD, assim que assumiu o seu mandato, ainda no final de 2013, quando aprovou e publicou em sua página no Facebook a nota construída pelo movimento estudantil da UEM, na luta pela contratação de professores para garantir o funcionamento do período letivo de 2014, como pode ser visto neste trecho:
“Diversas reuniões foram realizadas desde a publicação da 171, culminando no ato deste dia 27 de novembro, no qual ao mesmo tempo que parcela significativa do movimento estudantil da universidade se concentrou na reitoria da instituição; o reitor e os conselheiros do CAD, incluindo nosso representante discente, realizavam uma reunião em Curitiba com o secretário João Carlos Gomes para decidir os rumos da UEM durante o próximo ano”.
A referida Nota foi construída e publicada no dia 28 de novembro de 2013 e a assinaram, o Movimento Estudantil Organizado da UEM, Diretório Central dos Estudantes – gestão Agora Só Falta Você, Coletivo Movimente-se UEM. Ao legitimar a representação discente junto ao CAD e, posteriormente, indicar arbitrariamente nova representação, o DCE confirma que deu um golpe no movimento estudantil da UEM, sacramentado pela não convocação do CEEB que deveria ter ocorrido no dia 15 de fevereiro.
Ainda de acordo com o DCE, a troca se deu em função da minha representação junto ao CAD não atender aos interesses da atual gestao da entidade, sendo que os representantes nos conselhos superiores da UEM devem atender aos interesses e deliberações dos estudantes e não de um aparelho.
Quais seriam estes interesses?
Uma serie de matérias importantes e de interesse dos estudantes da UEM estão tramitando no CAD e estavam sendo discutidas regularmente com a base do movimento estudantil da UEM e foram interrompidas com o golpe dado pela atual gestão do DCE e materializado pela assinatura do reitor da UEM na Portaria que nomeou os novos representantes.
A indicação do DCE é ilegal e irregular, e ocorreu no final do mês de janeiro, sob o ponto de vista jurídico e preocupante na observação política, uma vez que já no começo da gestão, ele (DCE) expresso claramente neste ato que não respeitara os centros acadêmicos e suas deliberações, buscando atender seus interesses particulares e não do movimento estudantil e dos estudantes da UEM.
Em respeito aos centros acadêmicos e ao movimento estudantil da UEM e estudantes, estando ciente de que sempre procurei representá-los adequadamente no CAD, não assinei minha exoneração e nem aceitei assistir como ouvinte as reunião do Conselho enquanto não houver a manifestação formal do CEEB.
Representantes da atual gestão do DCE também me pediram para não permanecer no Conselho, o que também não concordei, meu nome sempre estará a disposição do movimento estudantil da UEM.
Independente da posição política de cada, é fundamental que todos os centros acadêmicos participem do CEEB de hoje, que foi convocado as pressas e sem divulgação adequada pelo DCE, para exigirem que a atual gestão respeite a base do movimento estudantil e cumpra suas legítimas deliberações!
Os estudantes da UEM não podem ficar reféns de interesses externos e obscuros, devem ser representados por um DCE que defenda integralmente seus interesses! e respeitar o seu Estatuto e sua base é condição mais que necessária para que isso ocorra.
Por fim, a atual gestão do DCE soltou nota, em resposta à divulgada pelo Coletivo Movimente-se UEM, todavia, não citou nenhuma legislação que ampare o golpe que ela praticou.
É impossível querer representar os estudantes em instâncias tão burocráticas, caso do CAD, sem conhecer a legislação vigente.