Saúde pública, um desabafo
Do professor Paulo Vergueiro:
Tenho 54 anos, “alguma formação” cultural. Não tenho nenhum interesse político muito menos partidário. Sei dos meus direitos e obrigações como cidadão. Ontem, por volta das 22h30, após medir minha pressão arterial e esta indicar picos de 21 por 12 me vi na obrigação de buscar um atendimento médico. Na condição de reles professor universitário, não tenho plano de saúde, mas entendo pelo que me “descontam” em folha, que tenha direito a atendimento público em algum pronto socorro. Decidi como tantos outros brasileiros de Maringá, nesta situação, ir ao Hospital Municipal. Até que fui bem atendido na recepção, a funcionária entendeu a emergência e solicitou pronto atendimento. Ao ser encaminhado à “primeira” triagem, levei uma bronca por não procurar um médico durante o dia!
Como? Baseado em que; teria que buscar um médico durante o dia se ficaria em más condições a noite?
Isto porque na tarde do dia anterior fui “medicado” e dispensado!!!!!!!!!!!! Neste mesmo “Hospital”.
Medida a pressão e constatada a emergência, me transferiram de cadeira!
Para quem não sabe lá é assim, senta aqui, senta ali, senta lá e o tempo vai passando
Fui agora para as amarelas, onde supostamente os casos requeiram maior observação.
Como coisas gravíssimas, torcicolo, unha encravada…e eu lá, quase enfartando!!!!!!!
Quem senta lá e observa, o teto por exemplo não tem forro é direto nas telhas, as luzes, mas da metade apagadas, o chão, bem o chão do quintal do “butequim” é mais limpo!
Ir ao banheiro é risco!, se o encontrar é claro!
Não demorou!!!.
Apenas uns 40 minutos para um médico (?!) desses que acham que R$ 9.000 de salário é pouco, sequer me fez sentar ou olhou em meu rosto!
Pressão? Né? Receitou um milagroso remédio, foi tudo o que disse e me dirigi então ao “inferno” dos pobres e doentes!!
Um balcão frio, sujo (para se ter uma idéia da sujeira, o descarte é feito na base do arremesso a distância de agulhas e algodões…se acertar o buraquinho do lixo, uma caixinha; ótimo! senão fica no chão mesmo) com apenas 2 funcionários pra lá de desinteressados, tentando atender cerca de 40 pessoas!!!!!!!!!!
Até que veio uma Terceira funcionária, para colocar ordem nas coisas.
– Vocês terão que esperar, com calma, senão atrapalha!!! E saiu!
Critério de atendimento?
Berro e cara feia!
Dei uma circulada pelo andar térreo do “Hospital” (se é que se pode chamar isso de hospital) e vi não menos de 20 pessoas “largadas” em macas a espera que alguém em algum momento que as atendessem.
Falei com uma senhora, que esbaforida retornava de sua casa onde fora buscar uma manta para agasalhar a mãe, que sem coberta, aguardava como tantos outros por alguma atenção.
Este é o atendimento humanizado do serviço municipal de saúde em Maringá, um Oásis no Brasil!!!!!!
Com médicos que certamente entendem mais de pastel na feira do que de humanidade.
Onde higiene, educação e organização são desprezadas.
Fiquei sem tomar medicação, visto que minha pressão aumentava vendo aquele quadro de horror.
E olha que não temos uma epidemia ou catástrofe no município!!!!
Finalmente, sugiro aos senhores engravatados, que falam com tom da soberba, que busquem mais informações, busquem ter um mínimo de respeito ao cidadão sem recursos.
Ser pobre não é opção de vida.
Merece reconhecimento na dignidade de vida, respeito a sua contribuição social.
Gente tem a obrigação de tratar semelhante como gente.
Ainda que entre os mortais, existam um diploma de medicina, que os separa entre trastes e castas.
Ao médico (???) de plantão uma sugestão: vá vender pastéis na feira.
Sua postura LÁ é adequada.
Vi com meus olhos sua postura e conduta, indiferente, superior e de desprezo ao ser humano.
Lamentável.
Por fim, sem desejar cair em lugar comum, ainda me lembro que seu salário, prezado DR. (aquele igual a vender pastéis em feira) de cerca de R$ 9.500,00 é pago por nós que o senhor tanto despreza.
A saúde pública ofertada no Hospital (?) Municipal é inferior ao oferecido aos gados na Expoingá.
Isto porque Maringá tem uma bancada de 4 médicos!!!!! Na Câmara de Vereadores.
Deus, salvem as almas.
Quanto à minha pressão, decidi ir à feira.
Lá os pasteleiros são educados e gentis.
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