“É não saber respeitar a si mesmo”

Sou maringaense e fico triste ao acompanhar no seu blog o descaso que é tratada nossa históra. Primeiro foi a polêmica do Cine Horizonte, que reunia todas as condições, se reformado, de se tornar um grande centro cultural administrado pela sociedade maringaense. Agora, é nossa velha rodoviária, que também poderia ter um destino melhor do que o da demolição. Conheço muitas cidades por força de ofício, e sinto que, nessas cidades, as pessoas procuram manter o patrimônio histórico por razões simples, porque o patrimônio preservado conta a história dessas pessoas e cria uma identidade delas com o local em que vivem.
Caso meus irmãos maringaenses não se lembrem, foi nesta rodoviária que começou a história de boa parte das famílias que hoje usufruem de tudo o que Maringá se tornou e é. Demolir este patrimônio é um desrespeito aos nossos antepassados, pais e avós, pioneiros enfim, que aí chegaram para construir uma das mais belas cidades do Brasil.
Não há progresso sem história. Demolir a rodoviária, ou qualquer outro patrimônio, em nome de pretenso progresso é insensato; é não saber respeitar a si mesmo.

José Fernando, jornalista em Curitiba e maringaense que ama a cidade em que nasceu.